O Manifesto
Há obras cuja contribuição para o progresso da sociedade humana, não só não enfraquecem, como a sua importância e grandeza só verdadeiramente se medem com o passar dos tempos. O Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels é precisamente uma dessas obras, apesar de ter completado no passado mês de Fevereiro 166 anos de existência.
As teses fundamentais do Manifesto mantêm-se actuais
O Manifesto, o primeiro documento programático marxista, o «programa comum de muitos milhões de operários de todos os países», inspirou a luta revolucionária de sucessivas gerações de trabalhadores por uma sociedade liberta da exploração do homem pelo homem.
O capitalismo na sua fase imperialista, os mecanismos de exploração e de domínio ideológico, as formas de organização, a experiência e a dimensão do movimento operário e revolucionário, sofreram profundas alterações desde o aparecimento do Manifesto. Desde logo pelo facto de que em 1848 a classe operária era extremamente débil, pelos níveis de organização e consciência de classe, por apenas se estarem a dar os primeiros passos no lançamento dos alicerces dos partidos políticos do proletariado, de partidos de comunistas, para cujo impulso o Manifesto devia contribuir decisivamente. Essa foi aliás uma das razões pela qual os seus autores se decidiram por designar a sua obra de «Manifesto do Partido Comunista» e não apenas de «Manifesto Comunista» como inicialmente haviam pensado.
Atentos ao fluir da vida, estudando atentamente as estruturas sócio-económicas, as classes e a arrumação de forças e os resultados dos grandes confrontos de classe, sujeitando a teoria à prova da prática, Marx e Engels elaboraram uma obra que pelo rigor científico foi capaz de resistir, nas suas linhas mestras, à usura do tempo.
Em 1872, vinte e cinco anos depois do Manifesto ter sido dado à estampa, Engels declarava que embora as condições se tivessem alterado muito desde então, os princípios gerais nele desenvolvidos «conservam grosso modo, ainda hoje a sua plena correcção». Se nos ativermos à essência do Manifesto, podemos igualmente afirmar que, «grosso modo», as teses fundamentais do Manifesto, se mantém actuais e muito particularmente a tese de que toda a história tem sido a história da luta de classes entre oprimidos e opressores; que o papel revolucionário da classe operária é determinado, não por qualquer pretensa vocação messiânica, mas pelo seu papel na produção e de que a classe operária na sua luta pela emancipação precisa do seu próprio partido político, um partido revolucionário, um partido que defenda os seus interesses de classe e que, pela sua natureza, formas de organização e base ideológica, seja capaz de assegurar a acção política e ideológica autónoma dos trabalhadores.
Um papel necessário e indispensável
Desde o lançamento do Manifesto que o papel revolucionário da classe operária, e a natureza de classe do seu partido político, passou a estar no cento da luta política e ideológica.
A palavra vanguarda não se encontra, é certo, no Manifesto, mas o seu conteúdo está inequivocamente na afirmação de que: os comunistas diferenciam-se dos demais partidos proletários por que na luta entre o proletariado e a burguesia «representam sempre o interesse do movimento total». Além disso, os «comunistas são, pois, na prática o sector mais decidido, sempre impulsionador, dos partidos operários de todos os países; na teoria, eles têm, sobre a restante massa do proletariado, a vantagem da inteligência das condições, do curso e dos resultados gerais do movimento proletário».
A classe operária, os trabalhadores e com eles os comunistas, pela sua luta inspirada nos objectivos consagrados no Manifesto, marcaram decisivamente a evolução do mundo desde então.
O património de mais de oito décadas de luta dos comunistas portugueses são disso uma confirmação viva.
A denúncia contida no Manifesto de que «Todos os poderes da velha Europa se aliaram para uma caçada a este espectro (o do comunismo), o papa e o tsar, Metternich e Guizot, radicais franceses e polícias alemães», dava conta não só de uma verdade à época, mas também o aviso aos trabalhadores de que as classes dominantes tudo fariam para esmagar as aspirações de uma sociedade mais justa. O anticomunismo, e a sua natureza de classe extravasou as fronteiras da Europa, espalhando-se por todo o mundo, à medida que se universalizava a luta entre o trabalho e o capital. Os guardiões das classes exploradoras, hoje são outros, mas as campanhas difamatórias, a violência e os crimes das classes dominantes contra os trabalhadores e os comunistas, continuam a impregnar toda a vida política e social da sociedade burguesa.
Os trabalhadores, as forças revolucionárias e comunistas enfrentam presentemente sérias dificuldades e perigos. Parafraseando os autores do Manifesto, diremos que todos os poderes do mundo se aliam para esmagar as aspirações de justiça dos trabalhadores e dos povos, mas diremos igualmente que «não há força na terra capaz de deter os anseios de justiça» que anima a sua luta. Analisando a realidade tal como é, encontrando criativamente as respostas para os problemas colocados por um mundo em profunda e permanente mudança, definindo com rigor os objectivos, não esquecendo que para assegurar o reconhecimento do seu papel de vanguarda é necessário ser capaz de estabelecer uma estreita ligação às massas e a capacidade de influir e dirigir as suas lutas, os comunistas continuarão a desempenhar um papel necessário e indispensável na luta pelo socialismo e o comunismo.
O capitalismo na sua fase imperialista, os mecanismos de exploração e de domínio ideológico, as formas de organização, a experiência e a dimensão do movimento operário e revolucionário, sofreram profundas alterações desde o aparecimento do Manifesto. Desde logo pelo facto de que em 1848 a classe operária era extremamente débil, pelos níveis de organização e consciência de classe, por apenas se estarem a dar os primeiros passos no lançamento dos alicerces dos partidos políticos do proletariado, de partidos de comunistas, para cujo impulso o Manifesto devia contribuir decisivamente. Essa foi aliás uma das razões pela qual os seus autores se decidiram por designar a sua obra de «Manifesto do Partido Comunista» e não apenas de «Manifesto Comunista» como inicialmente haviam pensado.
Atentos ao fluir da vida, estudando atentamente as estruturas sócio-económicas, as classes e a arrumação de forças e os resultados dos grandes confrontos de classe, sujeitando a teoria à prova da prática, Marx e Engels elaboraram uma obra que pelo rigor científico foi capaz de resistir, nas suas linhas mestras, à usura do tempo.
Em 1872, vinte e cinco anos depois do Manifesto ter sido dado à estampa, Engels declarava que embora as condições se tivessem alterado muito desde então, os princípios gerais nele desenvolvidos «conservam grosso modo, ainda hoje a sua plena correcção». Se nos ativermos à essência do Manifesto, podemos igualmente afirmar que, «grosso modo», as teses fundamentais do Manifesto, se mantém actuais e muito particularmente a tese de que toda a história tem sido a história da luta de classes entre oprimidos e opressores; que o papel revolucionário da classe operária é determinado, não por qualquer pretensa vocação messiânica, mas pelo seu papel na produção e de que a classe operária na sua luta pela emancipação precisa do seu próprio partido político, um partido revolucionário, um partido que defenda os seus interesses de classe e que, pela sua natureza, formas de organização e base ideológica, seja capaz de assegurar a acção política e ideológica autónoma dos trabalhadores.
Um papel necessário e indispensável
Desde o lançamento do Manifesto que o papel revolucionário da classe operária, e a natureza de classe do seu partido político, passou a estar no cento da luta política e ideológica.
A palavra vanguarda não se encontra, é certo, no Manifesto, mas o seu conteúdo está inequivocamente na afirmação de que: os comunistas diferenciam-se dos demais partidos proletários por que na luta entre o proletariado e a burguesia «representam sempre o interesse do movimento total». Além disso, os «comunistas são, pois, na prática o sector mais decidido, sempre impulsionador, dos partidos operários de todos os países; na teoria, eles têm, sobre a restante massa do proletariado, a vantagem da inteligência das condições, do curso e dos resultados gerais do movimento proletário».
A classe operária, os trabalhadores e com eles os comunistas, pela sua luta inspirada nos objectivos consagrados no Manifesto, marcaram decisivamente a evolução do mundo desde então.
O património de mais de oito décadas de luta dos comunistas portugueses são disso uma confirmação viva.
A denúncia contida no Manifesto de que «Todos os poderes da velha Europa se aliaram para uma caçada a este espectro (o do comunismo), o papa e o tsar, Metternich e Guizot, radicais franceses e polícias alemães», dava conta não só de uma verdade à época, mas também o aviso aos trabalhadores de que as classes dominantes tudo fariam para esmagar as aspirações de uma sociedade mais justa. O anticomunismo, e a sua natureza de classe extravasou as fronteiras da Europa, espalhando-se por todo o mundo, à medida que se universalizava a luta entre o trabalho e o capital. Os guardiões das classes exploradoras, hoje são outros, mas as campanhas difamatórias, a violência e os crimes das classes dominantes contra os trabalhadores e os comunistas, continuam a impregnar toda a vida política e social da sociedade burguesa.
Os trabalhadores, as forças revolucionárias e comunistas enfrentam presentemente sérias dificuldades e perigos. Parafraseando os autores do Manifesto, diremos que todos os poderes do mundo se aliam para esmagar as aspirações de justiça dos trabalhadores e dos povos, mas diremos igualmente que «não há força na terra capaz de deter os anseios de justiça» que anima a sua luta. Analisando a realidade tal como é, encontrando criativamente as respostas para os problemas colocados por um mundo em profunda e permanente mudança, definindo com rigor os objectivos, não esquecendo que para assegurar o reconhecimento do seu papel de vanguarda é necessário ser capaz de estabelecer uma estreita ligação às massas e a capacidade de influir e dirigir as suas lutas, os comunistas continuarão a desempenhar um papel necessário e indispensável na luta pelo socialismo e o comunismo.