Haiti continua em ebulição
No início da semana, com Port-au-Prince a saque e mergulhada em tumultos, Boniface Alexandre foi investido como presidente interino do Haiti. Entretanto, em Bangui, na República Centro Africana, o ex-presidente Jean Bertrand Aristide, na sua primeira intervenção pública no exílio, reafirmou a sua condição de «presidente democraticamente eleito» e apelou à «resistência pacífica para restauração da ordem constitucional».
Falando numa conferência de imprensa, Aristide voltou a acusar os Estados Unidos de o terem sequestrado para o retirar do país, e instou os seus partidários à resistência contra o que diz ser uma «ocupação» do Haiti.
«Os facto é que houve um rapto político que infelizmente abriu caminho a uma ocupação. Em nome da paz lanço um apelo para uma resistência pacífica», disse o ex-presidente.
As manifestações no Haiti têm sido tudo menos pacíficas. O fim-de-semana foi sangrento. Confrontos entre a polícia e milhares de manifestantes, em Port-au-Prince, provocaram pelo menos seis mortos e dezenas de feridos, alguns em estado grave. Entre as vítimas mortais encontra-se Ricardo Ortega, um jornalista espanhol que trabalhava para o canal de televisão Antena 3.
À espera do governo
A par dos confrontos prosseguem as pilhagens, sobretudo na zona industrial da capital, cujo alvo são contentores de cereais, açúcar e vestuário. A zona situa-se nas proximidades da base dos «marines» norte-americanos, situada no aeroporto, mas as tropas francesas que patrulham a área nada fizeram para impedir os saques.
Segundo a Lusa, o coronel Daniel Lepatois, chefe dos 600 militares franceses destacados no Haiti, justificou-se, alegando: «Não posso fazer tudo, o meu trabalho não é impedir
pilhagens, tenho incumbidas outras missões, de protecção das pessoas em perigo». Neste momento encontram-se no país 1200 norte-americanos, 600 franceses, 134 chilenos e uma centena de canadianos, ditos a «guarda avançada» de uma futura força de estabilização da ONU, com 5000 efectivos, a estacionar nos próximos meses no Haiti.
Após os confrontos de domingo, a França condenou «com o maior vigor», os «actos criminosos» perpetrados «por grupos armados por identificar».
É neste clima que, de acordo com a Constituição do Haiti, se devem realizar num prazo de 45 a 90 dias as eleições presidenciais. Boniface Alexandre, que apelou igualmente ao «desarmamento total para que acabem as mortes», espera agora que o Conselho de Sábios escolha um primeiro-ministro, cujo governo deverá ser conhecido na sexta-feira.
Falando numa conferência de imprensa, Aristide voltou a acusar os Estados Unidos de o terem sequestrado para o retirar do país, e instou os seus partidários à resistência contra o que diz ser uma «ocupação» do Haiti.
«Os facto é que houve um rapto político que infelizmente abriu caminho a uma ocupação. Em nome da paz lanço um apelo para uma resistência pacífica», disse o ex-presidente.
As manifestações no Haiti têm sido tudo menos pacíficas. O fim-de-semana foi sangrento. Confrontos entre a polícia e milhares de manifestantes, em Port-au-Prince, provocaram pelo menos seis mortos e dezenas de feridos, alguns em estado grave. Entre as vítimas mortais encontra-se Ricardo Ortega, um jornalista espanhol que trabalhava para o canal de televisão Antena 3.
À espera do governo
A par dos confrontos prosseguem as pilhagens, sobretudo na zona industrial da capital, cujo alvo são contentores de cereais, açúcar e vestuário. A zona situa-se nas proximidades da base dos «marines» norte-americanos, situada no aeroporto, mas as tropas francesas que patrulham a área nada fizeram para impedir os saques.
Segundo a Lusa, o coronel Daniel Lepatois, chefe dos 600 militares franceses destacados no Haiti, justificou-se, alegando: «Não posso fazer tudo, o meu trabalho não é impedir
pilhagens, tenho incumbidas outras missões, de protecção das pessoas em perigo». Neste momento encontram-se no país 1200 norte-americanos, 600 franceses, 134 chilenos e uma centena de canadianos, ditos a «guarda avançada» de uma futura força de estabilização da ONU, com 5000 efectivos, a estacionar nos próximos meses no Haiti.
Após os confrontos de domingo, a França condenou «com o maior vigor», os «actos criminosos» perpetrados «por grupos armados por identificar».
É neste clima que, de acordo com a Constituição do Haiti, se devem realizar num prazo de 45 a 90 dias as eleições presidenciais. Boniface Alexandre, que apelou igualmente ao «desarmamento total para que acabem as mortes», espera agora que o Conselho de Sábios escolha um primeiro-ministro, cujo governo deverá ser conhecido na sexta-feira.