Eleições no Iraque fora de questão
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, considera que não há condições para a realização de eleições gerais no Iraque antes de 30 de Junho.
«Bush continua a insistir nas «armas de destruição maciça»
«Devemos encontrar um mecanismo para criar um governo interino e contribuir para preparar as eleições mais tarde», afirmou Kofi Annan, no final da semana passada, após uma reunião com «países amigos» do Iraque.
Segundo o secretário-geral da ONU, que se encontrava acompanhado pelo seu enviado ao Iraque, Lakhdar Brahimi, acabado de regressar de uma semana exploratória àquele país, «existe um largo acordo sobre o facto de as eleições não poderem ser realizadas com êxito se não forem preparadas nas melhores condições técnicas, políticas e de segurança».
O consenso referido por Annan não inclui os xiitas, maioritários no Iraque, que continuam a exigir a realização de eleições universais e directas, embora admitam agora que a consulta popular, a não ser viável antes de 30 de Junho, se realize «antes do fim de Outubro», ou seja, antes das eleições presidenciais norte-americanas.
As recomendações da ONU respeitantes à forma como deve ser feita a transferência de poderes e o tipo de governo provisório a instalar no Iraque até às eleições serão divulgadas esta semana.
A questão está longe de ser pacífica. Segundo informou a semana passada o «Washington Post», a maioria dos membros do Conselho de Governo iraquiano pretende agora continuar no poder até à organização de eleições, o que é rejeitado pela maioria dos iraquianos, segundo uma sondagem recentemente divulgada (ver texto nesta página).
O administrador norte-americano no território, Paul Bremer, não se mostra preocupado. Como afirmou num encontro com jornalistas, apesar da alegada «transferência de poder», os norte-americanos ficarão no Iraque até que os iraquianos «sejam capazes de garantir a sua
própria segurança». Bremer disse ainda confiar na reeleição de Bush, em Novembro, pelo que não espera alterações na política dos EUA em relação ao Iraque.
Por outro lado, em entrevista à cadeia de televisão Al-Arabiya, Bremer antecipou-se às recomendações que a ONU vai fazer e anunciou que, por razões «técnicas», será impossível realizar eleições no Iraque antes de «um ano ou 15 meses».
Bush insiste na mentira
Entretanto, nos EUA, Bush continua a insistir nas «armas de destruição maciça» do Iraque, apesar de quase um ano depois da invasão do país nada ter sido encontrado a provar a sua existência.
«A minha administração examinou as informações e viu que havia um perigo. Os parlamentares norte-americanos examinaram as informações e viram que havia um
perigo. O Conselho de Segurança das Nações Unidas examinou as informações e viu
que havia um perigo», disse Bush na sua intervenção semanal na rádio.
Garantindo que «o êxito da guerra contra o terrorismo exige que façamos frente aos regimes que podem fornecer aos terroristas as armas mais letais», Bush voltou a ignorar que as inspecções levadas a cabo pela ONU após a guerra do Golfo de 1991 permitiram desmantelar o programa iraquiano de armas químicas, biológicas e nucleares, para insistir na ideia de que a invasão do Iraque era fundamental para a luta contra o terrorismo. «Os terroristas sabem que a emergência de um Iraque livre desferirá um golpe importante sobre o movimento
terrorista internacional», disse Bush.
Segundo o secretário-geral da ONU, que se encontrava acompanhado pelo seu enviado ao Iraque, Lakhdar Brahimi, acabado de regressar de uma semana exploratória àquele país, «existe um largo acordo sobre o facto de as eleições não poderem ser realizadas com êxito se não forem preparadas nas melhores condições técnicas, políticas e de segurança».
O consenso referido por Annan não inclui os xiitas, maioritários no Iraque, que continuam a exigir a realização de eleições universais e directas, embora admitam agora que a consulta popular, a não ser viável antes de 30 de Junho, se realize «antes do fim de Outubro», ou seja, antes das eleições presidenciais norte-americanas.
As recomendações da ONU respeitantes à forma como deve ser feita a transferência de poderes e o tipo de governo provisório a instalar no Iraque até às eleições serão divulgadas esta semana.
A questão está longe de ser pacífica. Segundo informou a semana passada o «Washington Post», a maioria dos membros do Conselho de Governo iraquiano pretende agora continuar no poder até à organização de eleições, o que é rejeitado pela maioria dos iraquianos, segundo uma sondagem recentemente divulgada (ver texto nesta página).
O administrador norte-americano no território, Paul Bremer, não se mostra preocupado. Como afirmou num encontro com jornalistas, apesar da alegada «transferência de poder», os norte-americanos ficarão no Iraque até que os iraquianos «sejam capazes de garantir a sua
própria segurança». Bremer disse ainda confiar na reeleição de Bush, em Novembro, pelo que não espera alterações na política dos EUA em relação ao Iraque.
Por outro lado, em entrevista à cadeia de televisão Al-Arabiya, Bremer antecipou-se às recomendações que a ONU vai fazer e anunciou que, por razões «técnicas», será impossível realizar eleições no Iraque antes de «um ano ou 15 meses».
Bush insiste na mentira
Entretanto, nos EUA, Bush continua a insistir nas «armas de destruição maciça» do Iraque, apesar de quase um ano depois da invasão do país nada ter sido encontrado a provar a sua existência.
«A minha administração examinou as informações e viu que havia um perigo. Os parlamentares norte-americanos examinaram as informações e viram que havia um
perigo. O Conselho de Segurança das Nações Unidas examinou as informações e viu
que havia um perigo», disse Bush na sua intervenção semanal na rádio.
Garantindo que «o êxito da guerra contra o terrorismo exige que façamos frente aos regimes que podem fornecer aos terroristas as armas mais letais», Bush voltou a ignorar que as inspecções levadas a cabo pela ONU após a guerra do Golfo de 1991 permitiram desmantelar o programa iraquiano de armas químicas, biológicas e nucleares, para insistir na ideia de que a invasão do Iraque era fundamental para a luta contra o terrorismo. «Os terroristas sabem que a emergência de um Iraque livre desferirá um golpe importante sobre o movimento
terrorista internacional», disse Bush.