Todos cheios de razão
Durão Barroso e os seus ministros insistem em atribuir ao anterior governo as culpas pelos muitos e graves problemas que afligem o País e a imensa maioria dos portugueses. E estão cheios de razão, a meu ver: na realidade, o governo do PS, liderado por António Guterres, foi uma autêntica desgraça para o País e para a imensa maioria dos portugueses – e foi, por isso mesmo, uma autêntica graça para a escassa minoria composta pelos chefes dos grandes grupos económicos.
É claro que, do mesmo mal se haviam queixado, logo que tomaram posse, António Guterres e os seus ministros, também eles cheios de razão, face aos muitos e graves problemas que afligiam a imensa maioria dos portugueses, fruto, obviamente, da má governação do governo anterior – um governo do PSD, liderado por Cavaco Silva e que durante mais de uma década maltratara a mesma imensa maioria dos portugueses e bemtratara os mesmíssimos chefes dos grandes grupos económicos.
Carregadíssimos de razão estavam, igualmente, Cavaco Silva e os seus ministros ao atribuírem ao governo que os antecedera – um governo de coligação PS/PSD liderado por Mário Soares, como estamos lembrados – as culpas pelos muitos e graves problemas que assolavam o País e que se traduziam numa situação infernal para a tal imensa maioria dos portugueses e numa situação paradisíaca para os tais chefes dos grandes grupos económicos.
E, recuando no tempo, por aí fora, chegaremos ao longínquo ano de 1976, o ano do pecado original... o ano do primeiro governo constitucional: o primeiro capitaneado por Mário Soares, também o primeiro a maltratar constitucional e democraticamente a imensa maioria dos portugueses e a bemtratar a minoria composta pelos chefes dos grandes grupos económicos - e que viria a ser, ainda, o primeiro da longa série de governos (que haveria de estender-se até ao actual, capitaneado por Durão Barroso) unidos pelo objectivo comum de destruir Abril praticando uma política de frontal violação da Constituição da República Portuguesa.
É claro que, do mesmo mal se haviam queixado, logo que tomaram posse, António Guterres e os seus ministros, também eles cheios de razão, face aos muitos e graves problemas que afligiam a imensa maioria dos portugueses, fruto, obviamente, da má governação do governo anterior – um governo do PSD, liderado por Cavaco Silva e que durante mais de uma década maltratara a mesma imensa maioria dos portugueses e bemtratara os mesmíssimos chefes dos grandes grupos económicos.
Carregadíssimos de razão estavam, igualmente, Cavaco Silva e os seus ministros ao atribuírem ao governo que os antecedera – um governo de coligação PS/PSD liderado por Mário Soares, como estamos lembrados – as culpas pelos muitos e graves problemas que assolavam o País e que se traduziam numa situação infernal para a tal imensa maioria dos portugueses e numa situação paradisíaca para os tais chefes dos grandes grupos económicos.
E, recuando no tempo, por aí fora, chegaremos ao longínquo ano de 1976, o ano do pecado original... o ano do primeiro governo constitucional: o primeiro capitaneado por Mário Soares, também o primeiro a maltratar constitucional e democraticamente a imensa maioria dos portugueses e a bemtratar a minoria composta pelos chefes dos grandes grupos económicos - e que viria a ser, ainda, o primeiro da longa série de governos (que haveria de estender-se até ao actual, capitaneado por Durão Barroso) unidos pelo objectivo comum de destruir Abril praticando uma política de frontal violação da Constituição da República Portuguesa.