Forte presença internacional

Como convidados, assistiram ao 10.º Congresso da CGTP-IN dirigentes de 55 centrais sindicais, de 38 países. Entre as delegações, encontravam-se representantes de todos os países de língua oficial portuguesa, cerca de três dezenas de organizações de países europeus, e ainda da China, de Macau, de Timor-Leste, de Cuba, Argentina, Peru, Uruguai, Canadá, Saara, Síria, Palestina, Marrocos, Tunísia.
Quando Florival Lança, ao ler a lista completa das delegações estrangeiras, explicou que o governo de Israel impediu a saída de dois sindicalistas palestinos, o congresso reagiu com uma vibrante saudação para os outros dois que conseguiram estar presentes.
Foi igualmente assinalada a presença da Confederação Internacional de Sindicatos Árabes, da Confederação Europeia de Sindicatos – cujo secretário-geral interveio no congresso, apelando à participação numa jornada que a CES convocou para 2 e 3 de Abril –, e dos secretários-gerais adjuntos das centrais mundiais (FSM, CISL e CMT).
O tema da filiação internacional da Inter foi abordado no debate preparatório e no Congresso, referindo o responsável por esta área, na direcção da central, que «o estatuto de não filiação, neste momento concreto, é um factor de coesão e unidade interna da CGTP-IN, realçando-se a necessidade de continuar este debate, sobre a acção e possíveis evoluções desta, bem como para um maior conhecimento dos quadros sobre as mesmas».
Na véspera do congresso, decorreu nas mesmas instalações uma conferência internacional sobre «O direito ao trabalho e a negociação colectiva – O novo contrato social», que contou com a participação das delegações internacionais e de uma centena de dirigentes sindicais portugueses.
Ao longo das intervenções, constatou-se a importância das convenções colectivas como instrumentos fundamentais para a garantia de direitos dos trabalhadores.
Tal como se viria a verificar no congresso, durante a conferência foi destacada a solidariedade com a luta dos povos palestino, iraquiano, cubano e de Timor-Leste.
Além das intervenções de vários convidados internacionais, na conferência usaram da palavra Carvalho da Silva, Jorge Leite, especialista em Direito do Trabalho e catedrático da Universidade de Coimbra, e Mário Caldeira, presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional. No final, Amável Alves, responsável pela área da acção reivindicativa na Comissão Executiva da CGTP, reafirmou a firme determinação dos trabalhadores portugueses de fazerem valer os seus direitos através da contratação colectiva e a importância insubstituível da Intersindical Nacional para a concretização dessa tarefa.


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Na linha do desemprego

Conhecido como local «da alta», Cascais não é um concelho rico. Tal como noutros concelhos do distrito de Lisboa, há empresas a fechar e trabalhadores a ficar sem emprego. No interior, não é novidade, mas intensificou-se recentemente. Mas em 2003 o desemprego chegou à jóia da coroa, a Avenida Marginal. Ali, bem junto dos grandes palácios, por entre luxuosos carros e imponentes casinos, um conhecido hotel foi fechado, atirando para o desemprego cerca de 230 trabalhadores. Foram estas realidades que o PCP quis denunciar, na terceira «Rota do Desemprego», realizada no passado dia 30.

Congresso para a acção

Da reunião magna da CGTP-IN saiu o apelo a que o diagnóstico sobre a situação do País seja acompanhado por uma intervenção «em consonância». Ao exigir uma alternativa ao actual Governo e à sua política, a central deixou claro que, «pela nossa parte, vamos à luta». Uma grande jornada nacional ficou já marcada para 11 de Março.

Unidade com força

Com o 10.º Congresso, a CGTP-IN ficou mais forte e melhor preparada para as duras batalhas que o movimento sindical unitário e os trabalhadores têm pela frente. O debate colectivo, no anfiteatro da ex-FIL, teve momentos em que se confrontaram posições opostas. Mas o resultado acabou por ser a votação praticamente unânime das decisões fundamentais, num ambiente de grande camaradagem e determinação para a luta.