Crise no Irão

O Conselho de Guardiães da Revolução Iraniana vetou no domingo 40% das candidaturas de reformadores às eleições parlamentares de 20 de Fevereiro. A decisão do Conselho, que afasta mais de 3500 candidatos, entre os quais 85 dos actuais deputados, abriu uma crise política no país.
O ministro do Interior, encarregado da organização das eleições, denunciou a rejeição das candidaturas como «ilegal», garantindo que não será aplicada.
Por seu lado, em sinal de protesto contra o Conselho, os deputados reformadores abandonaram o Parlamento - onde detêm a maioria desde as eleições de há quatro anos -, classificando a decisão como «um golpe de Estado». Alguns ministros, por seu turno, estarão prontos a apresentar a demissão, o mesmo sucedendo com os governadores das 27 províncias iranianas, que em carta ao presidente ameaçaram renunciar aos cargos se a decisão do Conselho não for retirada no prazo de uma semana.
Também o presidente iraniano, Mohammad Khatami, criticou o veto. «Não creio que estes métodos sejam compatíveis com os princípios da democracia religiosa», disse Khatami, acrescentando que iria discutir a situação com o Conselho e com o guia supremo da revolução islâmica, Ali Khamenei.
Os partidos mais atingidos pelo veto foram a Frente da Participação - actualmente com o maior número de deputados - e a Organização dos Mujahedins da Revolução Islâmica, sua aliada, assim como oposicionistas liberais.
Os pretextos mais invocados para o veto das candidaturas foram o «não respeito pelo Islão», a «não fidelidade à Constituição» e o não acatamento do princípio do primado da religião sobre a política, base dos poderes de Khamenei.


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