Ataque ao Iraque foi um «enorme erro»
«A guerra contra o Iraque não faz parte da luta global contra o terrorismo», afirma Jeffrey Record, professor do Colégio Militar de Montgomery, nos EUA.
Cerca de 50 por cento da população activa está desempregada
Num artigo publicado no site de Internet do Colégio do Exército norte-americano de Montgomery (Alabama), Jeffrey Record considera que os EUA cometeram um «enorme erro» ao apresentarem a Al’Qaeda e o regime de Saddam Hussein como uma ameaça única.
«Foi um enorme erro estratégico pois ignorou as diferenças de base entre as duas ameaças, bem como o nível de carácter e o nível da ameaça que a resposta militar deveria enfrentar», afirma o artigo citado pela Lusa. Segundo o autor, «o resultado foi uma guerra preventiva inútil contra o Iraque, que criou uma nova frente de terrorismo islâmico no Médio Oriente e desviou a atenção e os recursos consagrados à segurança nos Estados Unidos contra um ataque da Al’Qaeda».
As críticas não se ficam por aqui. Jeffrey Record condena ainda os Estados Unidos por perseguirem objectivos «irrealistas e pela sua procura sem esperança de uma segurança absoluta».
Na opinião do professor, que segundo uma nota do Instituto de Estudos Estratégicos do Colégio não reflecte necessariamente os pontos de vista da instituição ou dos militares, «a guerra contra o Iraque não faz parte da luta global contra o terrorismo, apresentando-se mais como um desvio dessa tarefa».
Consequências desastrosas
O resultado deste «enorme erro» de estratégia estão à vista. No terreno, os alegados esforços de «reconstrução» do Iraque - arrasado pelas forças anglo-americana - não dão resposta aos problemas de uma população a braços com falta de tudo, a começar por emprego.
Em protesto contra a falta de trabalho, há manifestações diárias nas principais cidades do país, que os ocupantes não hesitam em reprimir de forma cada vez mais violenta, como sucedeu no sábado em Amara, onde seis pessoas morreram e várias ficaram feridas quando soldados e polícias dispararam contra a multidão.
Na quinta-feira, a polícia de Basra - no sul do Iraque e também sob ocupação britânica - abriu fogo contra uma manifestação de ex-militares que reivindicavam o pagamento dos seus salários. Pelo menos quatro pessoas foram feridas.
Os massacres dão lugar a novos protestos, numa espiral sem fim à vista. Embora não existam dados fiáveis sobre o nível do desemprego no Iraque, a ONU e o Banco Mundial estimam que, em Outubro último, cerca de 50 por cento da população activa estava desempregada ou em situação de subemprego. O número inclui cerca de 400 mil militares, lançados no desemprego quando o administrador norte-americano, Paul Bremer, aboliu as forças armadas iraquianas.
A falta de trabalho é apontada como uma das piores consequências da ocupação, ao lado dos apagões que continuam, da insegurança (a criminalidade explodiu) e do orgulho nacional ferido.
«Foi um enorme erro estratégico pois ignorou as diferenças de base entre as duas ameaças, bem como o nível de carácter e o nível da ameaça que a resposta militar deveria enfrentar», afirma o artigo citado pela Lusa. Segundo o autor, «o resultado foi uma guerra preventiva inútil contra o Iraque, que criou uma nova frente de terrorismo islâmico no Médio Oriente e desviou a atenção e os recursos consagrados à segurança nos Estados Unidos contra um ataque da Al’Qaeda».
As críticas não se ficam por aqui. Jeffrey Record condena ainda os Estados Unidos por perseguirem objectivos «irrealistas e pela sua procura sem esperança de uma segurança absoluta».
Na opinião do professor, que segundo uma nota do Instituto de Estudos Estratégicos do Colégio não reflecte necessariamente os pontos de vista da instituição ou dos militares, «a guerra contra o Iraque não faz parte da luta global contra o terrorismo, apresentando-se mais como um desvio dessa tarefa».
Consequências desastrosas
O resultado deste «enorme erro» de estratégia estão à vista. No terreno, os alegados esforços de «reconstrução» do Iraque - arrasado pelas forças anglo-americana - não dão resposta aos problemas de uma população a braços com falta de tudo, a começar por emprego.
Em protesto contra a falta de trabalho, há manifestações diárias nas principais cidades do país, que os ocupantes não hesitam em reprimir de forma cada vez mais violenta, como sucedeu no sábado em Amara, onde seis pessoas morreram e várias ficaram feridas quando soldados e polícias dispararam contra a multidão.
Na quinta-feira, a polícia de Basra - no sul do Iraque e também sob ocupação britânica - abriu fogo contra uma manifestação de ex-militares que reivindicavam o pagamento dos seus salários. Pelo menos quatro pessoas foram feridas.
Os massacres dão lugar a novos protestos, numa espiral sem fim à vista. Embora não existam dados fiáveis sobre o nível do desemprego no Iraque, a ONU e o Banco Mundial estimam que, em Outubro último, cerca de 50 por cento da população activa estava desempregada ou em situação de subemprego. O número inclui cerca de 400 mil militares, lançados no desemprego quando o administrador norte-americano, Paul Bremer, aboliu as forças armadas iraquianas.
A falta de trabalho é apontada como uma das piores consequências da ocupação, ao lado dos apagões que continuam, da insegurança (a criminalidade explodiu) e do orgulho nacional ferido.