Revisão Constitucional

Combater alterações negativas

Iniciaram-se, na passada semana, os trabalhos da Comissão Eventual para a Revisão Constitucional. A aprovação da metodologia, que preencheu a agenda desta primeira reunião, não foi pacífica e trouxe a lume diferentes pontos de vista entre a maioria e os partidos da oposição.
Aprovados, por unanimidade, foram os dois primeiros passos dos trabalhos da comissão, a saber: apresentação geral dos seis projectos de revisão e, posteriormente, audições aos representantes das regiões autónomas da Madeira e Açores.
Desacordo houve quanto à etapa seguinte, com os partidos da maioria a aprovarem isoladamente o ponto referente ao início da discussão dos artigos que são objecto de propostas de revisão, com início no mais baixo numericamente.
Entendendo-a como uma revisão constitucional «cirúrgica», os partidos da oposição, em bloco, por seu lado, disseram apenas aceitar o debate em torno dos pontos que tenham a garantia mínima de consenso dos dois terços necessários, votando por isso contra a proposta do PSD e CDS/PP.
A possibilidade de um eventual entendimento entre a maioria PSD-CDS/PP e o PS (partido necessário para a referida formação dos dois terços obrigatórios à revisão constitucional) é, entretanto, neste momento, uma questão em aberto em relação à qual existem legítimas preocupações.
«O PCP está preocupado porque o projecto da maioria PSD-CDS/PP aponta para uma descaracterização total do actual texto constitucional e porque a experiência do passado diz-nos que o PS sempre se entendeu com a direita nestes processos», sublinhou, a propósito, o deputado comunista António Filipe.
Daí que, nos seus objectivos, a formação comunista tenha inscrito como prioritário o combate a «alterações negativas» ao texto constitucional, convicta que está de que «o país não precisa de nenhuma revisão constitucional».
Mas estando o processo em curso, dele não se demitem, pugnando a bancada comunista na Comissão Eventual para a Revisão Constitucional pela clarificação dos poderes das autonomias regionais, pelo reforço dos direitos dos imigrantes, pelo aumento dos poderes do Presidente da República e do Parlamento, bem como pela possibilidade de os portugueses referendarem tratados internacionais.



Mais artigos de: Assembleia da República

Ano novo, política velha

A promessa do Governo de melhores dias não passa de uma miragem. Essa a conclusão do PCP face a uma política que, do seu ponto de vista, condiciona e atrasa a retoma económica.

Governo prossegue ofensiva

O Governo deu mais um passo na sua escalada contra o Estado democrático e os trabalhadores da administração pública. A ofensiva, sob a forma de propostas de lei, desta feita, deu pelo nome de «avaliação de desempenho» e «contratos de trabalho individuais».

Nervosismo e má consciência

O PCP insiste em ver esclarecido o caso da transformação da Universidade Lusíada em fundação. A inviabilização pela maioria PSD/CDS-PP de um inquérito parlamentar proposto pelo BE não alterou a posição da bancada comunista, para quem este não é um assunto encerrado, aguardando, por isso, que seja dado seguimento com...

Em defesa da liberdade de informação

O Grupo Parlamentar do PCP expressou a sua frontal oposição a «qualquer alteração à actual lei de imprensa». Falando em nome da bancada comunista, o deputado António Filipe considerou que qualquer medida nesse sentido «teria seguramente efeitos perversos», defendendo, por isso, que as soluções no quadro da comunicação...

Portas subalterniza Parlamento

A maioria PSD/CDS-PP inviabilizou o pedido do PCP para que o Ministro da Defesa fosse à comissão de defesa prestar esclarecimentos sobre o Conceito Estratégico Militar (CEM).A bancada comunista justificou a sua diligência, como o Avante! noticiou na passada semana, com o que considerou ser a atitude discriminatória de...