Interesses privados falam mais alto
A maioria PSD-CDS/PP voltou a inviabilizar um inquérito parlamentar à gestão privada do Hospital Amadora-Sintra. A questão esteve em debate no final da semana transacta, por iniciativa da bancada comunista, de quem partiu o pedido de realização de inquérito, por considerar existirem suficientes factos que atestam a «existência de diversas situações anómalas» na gestão daquela unidade hospitalar.
Para a bancada comunista, como foi sublinhado pelo seu líder, Bernardino Soares, é cada vez mais evidente a «escandalosa situação de favorecimento dos interesses do Grupo Mello», como comprovam a «forma e o processo da entrega» do hospital à sua gestão, a «inaceitável falta de fiscalização e impunidade com que a execução do contrato decorreu» ou o epílogo do conflito entre o Estado e a gestão do hospital.
Havendo fundadas razões para a realização do inquérito – e tendo caído, como lembrou Bernardino Soares, o argumento invocado pela maioria para a sua anterior recusa que era o de que um inquérito parlamentar não seria admissível em simultâneo com o funcionamento do tribunal arbitral - há que concluir, pois, perante o bloqueio que a maioria de direita agora voltou a impor, que este só pode traduzir-se, objectivamente, numa protecção dos interesses do Grupo Mello.
Apenas a este grupo económico pode interessar, com efeito, que o Governo imponha uma barreira à avaliação da experiência de gestão privada do Amadora-Sintra, em relação à qual, como salientou Bernardino Soares, «são evidentes as fragilidades quer do ponto de vista económico e financeiro quer do ponto de vista da prestação de cuidados à população».
Por isso esta recusa da maioria PSD-CDS/PP – que, no debate, para além propaganda demagógica à sua política em forma de auto elogio, limitou a sua argumentação ao estafado cliché de que o PCP estaria movido por um mero preconceito contra os privados – é especialmente útil ao grupo Mello, interessado como está em candidatar-se ao processo lançado pelo Governo de gestão privada de dez novos hospitais.
Para a bancada comunista, como foi sublinhado pelo seu líder, Bernardino Soares, é cada vez mais evidente a «escandalosa situação de favorecimento dos interesses do Grupo Mello», como comprovam a «forma e o processo da entrega» do hospital à sua gestão, a «inaceitável falta de fiscalização e impunidade com que a execução do contrato decorreu» ou o epílogo do conflito entre o Estado e a gestão do hospital.
Havendo fundadas razões para a realização do inquérito – e tendo caído, como lembrou Bernardino Soares, o argumento invocado pela maioria para a sua anterior recusa que era o de que um inquérito parlamentar não seria admissível em simultâneo com o funcionamento do tribunal arbitral - há que concluir, pois, perante o bloqueio que a maioria de direita agora voltou a impor, que este só pode traduzir-se, objectivamente, numa protecção dos interesses do Grupo Mello.
Apenas a este grupo económico pode interessar, com efeito, que o Governo imponha uma barreira à avaliação da experiência de gestão privada do Amadora-Sintra, em relação à qual, como salientou Bernardino Soares, «são evidentes as fragilidades quer do ponto de vista económico e financeiro quer do ponto de vista da prestação de cuidados à população».
Por isso esta recusa da maioria PSD-CDS/PP – que, no debate, para além propaganda demagógica à sua política em forma de auto elogio, limitou a sua argumentação ao estafado cliché de que o PCP estaria movido por um mero preconceito contra os privados – é especialmente útil ao grupo Mello, interessado como está em candidatar-se ao processo lançado pelo Governo de gestão privada de dez novos hospitais.