Pacifistas contra o «Muro do Apartheid»
Milhares de pacifistas israelitas e palestinianos manifestaram-se no sábado contra a construção do «Muro do Apartheid» que Israel está a erguer.
«Muro representa a anexação de 95 por cento dos recursos hídricos»
Cerca de duas mil pessoas, segundo a agência EFE, concentraram-se junto a um sector do muro, na Cisjordânia, manifestando o seu repúdio por mais esta forma de apartheid que o governo israelita se propõe levar a cabo a pretexto de defender a sua segurança, ao mesmo tempo que persiste na instalação de colonatos e na ocupação de terras palestinianas.
A construção do muro começou em 23 de Julho de 2002. O governo israelita pretende erguer mais de 650 quilómetros, em betão armado até oito metros de altura, com torres de vigilância, cercas electrificadas, circuitos internos de televisão, passagens para patrulhas de vigilância e, nalguns pontos, armas teleguiadas.
Não se registaram incidentes durante os protestos de sábado, mas nesse mesmo dia uma estudante palestiniana, Kamleh Al-Schooli, de 20 anos, foi assassinada por tropas israelitas em Nablus, junto de um posto de controlo.
A jovem foi baleada quando os soldados dispararam contra o táxi em que seguia a caminho da universidade Al-Najah. As forças israelitas detiveram o motorista do táxi, para interrogatórios, e o Exército anunciou a abertura de um inquérito para apurar as causas do incidente.
Israel considera o bloqueio de estradas essencial para impedir atentados suicidas, mas tanto os palestinianos como as organizações de defesa dos direitos humanos consideram esta medida como uma «punição colectiva» que permite toda a espécie de discricionariedades.
Um projecto genocida
O muro que Israel está a construir constitui um verdadeiro projecto de genocídio do povo palestiniano. Segundo um relatório recente dos responsáveis pela gestão da água na Palestina, a construção do muro representa a anexação de 95 por cento dos recursos hídricos para consumo dos palestinianos na Cisjordânia, equivalente a 362 milhões de metros cúbicos.
No relatório, publicado pela revista Sahab, afirma-se que os camponeses palestinianos perderam já 36 poços de água, utilizados principalmente para o consumo doméstico e a irrigação, 23 dos quais situados nos locais por onde passa o muro e 13 nas suas proximidades.
De acordo com o documento, os actuais recursos hídricos do leste da Cisjordânia são insuficientes para satisfazer as necessidades de água da população.
A concretizar-se a construção do muro, projectada em três fases, no final cerca de 55 por cento dos territórios da Margem Ocidental terão sido anexados por Israel.
Para além de representar uma grave violação dos direitos humanos, do direito internacional - em especial da quarta Convenção de Genebra - e de múltiplas decisões das Nações Unidas, o muro representa uma evidente tentativa de impedir um Estado Palestiniano viável e, mais grave ainda, põe em causa a própria sobrevivência do povo palestiniano.
A construção do muro começou em 23 de Julho de 2002. O governo israelita pretende erguer mais de 650 quilómetros, em betão armado até oito metros de altura, com torres de vigilância, cercas electrificadas, circuitos internos de televisão, passagens para patrulhas de vigilância e, nalguns pontos, armas teleguiadas.
Não se registaram incidentes durante os protestos de sábado, mas nesse mesmo dia uma estudante palestiniana, Kamleh Al-Schooli, de 20 anos, foi assassinada por tropas israelitas em Nablus, junto de um posto de controlo.
A jovem foi baleada quando os soldados dispararam contra o táxi em que seguia a caminho da universidade Al-Najah. As forças israelitas detiveram o motorista do táxi, para interrogatórios, e o Exército anunciou a abertura de um inquérito para apurar as causas do incidente.
Israel considera o bloqueio de estradas essencial para impedir atentados suicidas, mas tanto os palestinianos como as organizações de defesa dos direitos humanos consideram esta medida como uma «punição colectiva» que permite toda a espécie de discricionariedades.
Um projecto genocida
O muro que Israel está a construir constitui um verdadeiro projecto de genocídio do povo palestiniano. Segundo um relatório recente dos responsáveis pela gestão da água na Palestina, a construção do muro representa a anexação de 95 por cento dos recursos hídricos para consumo dos palestinianos na Cisjordânia, equivalente a 362 milhões de metros cúbicos.
No relatório, publicado pela revista Sahab, afirma-se que os camponeses palestinianos perderam já 36 poços de água, utilizados principalmente para o consumo doméstico e a irrigação, 23 dos quais situados nos locais por onde passa o muro e 13 nas suas proximidades.
De acordo com o documento, os actuais recursos hídricos do leste da Cisjordânia são insuficientes para satisfazer as necessidades de água da população.
A concretizar-se a construção do muro, projectada em três fases, no final cerca de 55 por cento dos territórios da Margem Ocidental terão sido anexados por Israel.
Para além de representar uma grave violação dos direitos humanos, do direito internacional - em especial da quarta Convenção de Genebra - e de múltiplas decisões das Nações Unidas, o muro representa uma evidente tentativa de impedir um Estado Palestiniano viável e, mais grave ainda, põe em causa a própria sobrevivência do povo palestiniano.