Um dia de salário para o Partido

Virgílio Azevedo (Membro do Secretariado do Comité Central)
Ao lançarmos a Campanha Nacional de Recolha de Fundos, nesta fase de recebimento do subsídio de Natal, temos a noção, que apesar das dificuldades que os trabalhadores atravessam, os militantes, os amigos do Partido, compreendem que só um Partido mais forte, está em melhores condições de intervir para pôr fim, quantos antes, a esta política e a este Governo.

«Com a lei de financiamento dos partidos PSD e PS visam apenas o PCP»

Para além do apelo a cada um, para a sua participação individual nesta campanha, é absolutamente indispensável, que todo o colectivo partidário, se empenhe na organização desta Campanha. Como fazer chegar o apelo – o postal – ao máximo de militantes e amigos e proceder à sua recolha? O que é que cada Comissão Concelhia, cada Comissão de Freguesia, cada Célula de Empresa, cada organismo do Partido, têm de fazer para que este apelo chegue ao máximo de militantes? O que é que cada colectivo partidário tem que fazer para este apelo chegar ao máximo de amigos do Partido?
Todos os militantes estão em condições de contribuir, com o apelo de um dia de salário, ou outra importância, que corresponda às possibilidades de cada um.
O êxito desta Campanha está intimamente ligada à compreensão de cada um e ao todo partidário.
A Campanha Nacional de Recolha de Fundos, insere-se no esforço continuo, de angariação de receitas. Porque será que o Partido, é o único dos grandes partidos, a ter uma tal dinâmica de angariação de fundos? Porque será que somos um Partido em constante actividade? São as mais diversas iniciativas – almoços e jantares de convívio, as noites de fado e os bailes, as festas, as excursões, os sorteios, é a recolha de quotas e outras contribuições, é a venda da imprensa do partidária e a venda de livros, são as receitas dos resultados dos locais de convívio, é a realização da mais importante iniciativa política cultural do Portugal de Abril – A Festa do Avante!.
A nossa política de angariação de fundos, faz parte integrante das características revolucionárias deste Partido. Só um Partido com mais meios financeiros está em melhores condições de ter um organização maior e mais forte, de intervir mais e melhor na luta por um país e um mundo melhor.
E não será por isto que não o conseguindo de outra forma, os partidos da direita - PSD e PP - com a colaboração do PS, tentam impor em lei – Lei do Financiamento dos Partidos, recentemente aprovada na Assembleia da República – o condicionalismo de nesta forma de angariação de fundos (as iniciativas) impor um limite máximo de receitas que prejudica só o PCP?
Querem que não realizemos “esta” Festa do Avante!. Querem que não realizemos tantas iniciativas. Querem que não tenhamos “esta” organização. Querem que não lutemos por um país melhor. Querem impor por lei o que 48 anos de ditadura fascista não conseguiu. Querem impor por lei aquilo que este Partido e a vontade dos seus militantes em 82 anos nunca permitiu.

Uma peça da ofensiva

A Lei do Financiamento dos Partidos e a Lei dos Partidos, são “peças” para tentar impedir que o Partido tenha a organização, a influência e o prestígio na sociedade portuguesa. Estas leis, estão intimamente associadas à ofensiva geral do PSD e do CDS-PP contra o regime democrático.
A democracia económica, social, política e cultural saída da Revolução de Abril está em risco. Para além de ao longo de 27 anos de política de direita a golpearem o regime democrático saído de Abril, agora sob o pretexto de uma “Constituição para o Século XXI”, pretendem impor uma nova revisão constitucional que “corrija” os desvios do período revolucionário. O PSD e o CDS-PP pretendem com a revisão constitucional um outro regime: autoritário, conservador e reaccionário.
Este Governo PSD/CDS-PP que hipoteca a soberania e a independência nacional. Este governo que destroí o aparelho produtivo e que continua a privatizar empresas e serviços públicos, este governo que aumenta o desemprego e o trabalho precário, este governo que aumenta a exploração da classe operária, dos trabalhadores e outras camadas intermédias com uma política de baixos salários e pensões. Este governo que retira direitos sociais na Segurança social, no Trabalho, no Ensino, na Saúde. Este governo que aumenta escandalosamente o custo de vida, tem uma política que não serve. Tem uma política que urge pôr fim o mais rapidamente possível.
Um Partido mais forte, um Partido com uma influência social, política e eleitoral maior é indispensável e do interesse dos portugueses e do País.
Todos os que reconhecem o papel insubstituível do PCP, estão em condições de com a sua contribuição financeira permitirem que o Partido possa intervir mais e melhor na luta por um Portugal melhor.


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