Apontamentos...
Os fóruns sociais demonstram a intensa luta política e ideológica que percorre o chamado movimento “anti-globalização”.
Como noticiou o “Avante!” em edições anteriores, realizou-se em Paris, de 12 a 15 de Novembro o Fórum Social Europeu (FSE). O PCP, bem como diversas organizações portuguesas, esteve presente nesta iniciativa. Continuando a ser importantes expressões do alargamento da base social de apoio à luta contra o neoliberalismo e a guerra, os fóruns sociais são naturalmente demonstrativos da intensa luta política e ideológica que percorre o chamado movimento “anti-globalização”. Ficam dois apontamentos demonstrativos desta realidade.
O Fórum Social Europeu de Paris foi marcado pela situação política francesa. Se em Florença, em 2002, os sindicatos tiveram um papel preponderante na mobilização para o FSE e para a grandiosa manifestação final, em França este foi mais reduzido. Por outro lado a mensagem política do Fórum e da sua manifestação foi mais difusa, ao contrário de Florença em que a mensagem anti-guerra marcou indelevelmente todas as iniciativas.
Acresce ainda que em 2002 a vida política italiana era marcada por fortíssimos processos de luta (trabalhadores, guerra) e pela unidade contra Berlusconni. Ora em França este factores agregadores e mobilizadores, embora existam (por exemplo as grandes lutas em torno da segurança social) não têm a dimensão que tiveram em Itália.
Em conclusão, a dimensão e características do FSE, estão, como não poderia deixar de ser, e como o PCP sempre afirmou, intimamente ligadas com os processos de luta que se travam em cada um dos países e com a capacidade mobilizadora e agregadora das organizações que os protagonizam. E estes são os factores que determinam as condições para atingir um maior grau de cooperação entre as forças de resistência ao neoliberalismo e para fazer face a ofensivas que apesar da sua natureza supranacional necessitam de ser combatidas através de uma complexa dialéctica entre a base da resistência e a necessária cooperação internacional que não pode ignorar a importância decisiva da primeira.
Importa dissecar a influência partidária nestas iniciativas. No plano da participação foi fácil identificar a tentativa da social democracia de assumir um papel mais activo neste Fórum (o caso do Partido Socialista Francês e das estruturas internacionais que federam as juventudes dos principais partidos social democratas da Europa). No plano da discussão durante o FSE, as teorias reformistas foram também mais visíveis, chegando mesmo a defender-se a teoria da transformação do FSM num interlocutor supranacional das estruturas internacionais do capitalismo. A própria transformação do termo “anti-globalização” em “alter-globalização” (embora entendida de maneiras diferentes por diferentes grupos e sectores) encerra raciocínios que vão ao encontro dos objectivos daqueles que vêem nos Fóruns Sociais um terreno propício para a recuperação de teses reformistas que objectivamente apenas enfraquecem a luta contra o capitalismo.
Importa ainda salientar as inúmeras visões sobre o socialismo que espelham bem a diversidade e mesmo deriva ideológica existente em alguns movimentos presentes. Registe-se um acontecimento elucidativo. No processo de preparação do Fórum, confrontados com uma proposta de convite a uma activista cubana para oradora numa conferência sobre a América Latina, alguns dos principais organizadores multiplicaram as tentativas para impedir a sua participação, invocando os mesmo argumentos daqueles que não suportam constatar a resistência de Cuba e da sua revolução socialista. Tais manobras foram combatidas e o resultado positivo desta batalha e o êxito da grande iniciativa de solidariedade com Cuba e a sua revolução, realizada paralelamente ao FSE, são a prova que a participação dos comunistas e dos sectores anti-capitalistas mais consequentes nestas iniciativas é imprescindível para defender o seu carácter anti-capitalista e anti-imperialista e evitar que, como alguns pretendem, se transformem em almofadas sociais e políticas das gravosas ofensivas do capitalismo.
O Fórum Social Europeu de Paris foi marcado pela situação política francesa. Se em Florença, em 2002, os sindicatos tiveram um papel preponderante na mobilização para o FSE e para a grandiosa manifestação final, em França este foi mais reduzido. Por outro lado a mensagem política do Fórum e da sua manifestação foi mais difusa, ao contrário de Florença em que a mensagem anti-guerra marcou indelevelmente todas as iniciativas.
Acresce ainda que em 2002 a vida política italiana era marcada por fortíssimos processos de luta (trabalhadores, guerra) e pela unidade contra Berlusconni. Ora em França este factores agregadores e mobilizadores, embora existam (por exemplo as grandes lutas em torno da segurança social) não têm a dimensão que tiveram em Itália.
Em conclusão, a dimensão e características do FSE, estão, como não poderia deixar de ser, e como o PCP sempre afirmou, intimamente ligadas com os processos de luta que se travam em cada um dos países e com a capacidade mobilizadora e agregadora das organizações que os protagonizam. E estes são os factores que determinam as condições para atingir um maior grau de cooperação entre as forças de resistência ao neoliberalismo e para fazer face a ofensivas que apesar da sua natureza supranacional necessitam de ser combatidas através de uma complexa dialéctica entre a base da resistência e a necessária cooperação internacional que não pode ignorar a importância decisiva da primeira.
Importa dissecar a influência partidária nestas iniciativas. No plano da participação foi fácil identificar a tentativa da social democracia de assumir um papel mais activo neste Fórum (o caso do Partido Socialista Francês e das estruturas internacionais que federam as juventudes dos principais partidos social democratas da Europa). No plano da discussão durante o FSE, as teorias reformistas foram também mais visíveis, chegando mesmo a defender-se a teoria da transformação do FSM num interlocutor supranacional das estruturas internacionais do capitalismo. A própria transformação do termo “anti-globalização” em “alter-globalização” (embora entendida de maneiras diferentes por diferentes grupos e sectores) encerra raciocínios que vão ao encontro dos objectivos daqueles que vêem nos Fóruns Sociais um terreno propício para a recuperação de teses reformistas que objectivamente apenas enfraquecem a luta contra o capitalismo.
Importa ainda salientar as inúmeras visões sobre o socialismo que espelham bem a diversidade e mesmo deriva ideológica existente em alguns movimentos presentes. Registe-se um acontecimento elucidativo. No processo de preparação do Fórum, confrontados com uma proposta de convite a uma activista cubana para oradora numa conferência sobre a América Latina, alguns dos principais organizadores multiplicaram as tentativas para impedir a sua participação, invocando os mesmo argumentos daqueles que não suportam constatar a resistência de Cuba e da sua revolução socialista. Tais manobras foram combatidas e o resultado positivo desta batalha e o êxito da grande iniciativa de solidariedade com Cuba e a sua revolução, realizada paralelamente ao FSE, são a prova que a participação dos comunistas e dos sectores anti-capitalistas mais consequentes nestas iniciativas é imprescindível para defender o seu carácter anti-capitalista e anti-imperialista e evitar que, como alguns pretendem, se transformem em almofadas sociais e políticas das gravosas ofensivas do capitalismo.