«Não saímos», diz Bush

Washington reagiu aos cinco atentados de segunda-feira na capital iraquiana, que provocaram mais de 40 mortos e 200 feridos, e a mais um atentado registado anteontem próximo de uma esquadra de polícia em Fallujah, que vitimou seis pessoas, anunciando o «reforço» das tropas anglo-saxónicas no Iraque e no Afeganistão.
O reforço, segundo disse Bush em conferência de imprensa na Casa Branca, faz-se em nome da «estabilidade» dos dois países, que se querem «independentes» e cujas populações têm o direito de viver «em liberdade».
«O objectivo primordial é o combate ao terrorismo», afirmou o presidente dos EUA, garantindo que as forças da coligação não se deixarão «intimidar», apesar do Iraque continuar a ser «perigoso».
Respondendo indirectamente aos protestos populares contra a ocupação do Iraque, Bush afirmou que os soldados norte-americanos não sairão daquele país, manifestando a sua convicção de que «agora, sem Saddam Hussein e sem os talibãs, o mundo está mais seguro».
Contrariando declarações de responsáveis norte-americanos que prontamente deram a Síria como estando implicada nos atentados de dia 27, Bush revelou ainda à imprensa que os Estados Unidos e a Síria estão a trabalhar em parceria para impedir - com patrulhas fronteiriças - a entrada de estrangeiros no Iraque.
Entretanto, a Liga Árabe condenou o atentado que visou, segunda-feira, a sede do Comité Internacional da Cruz Vermelha, CICV, em Bagdad, provocando 12 mortos e dezenas de feridos.
«Os ataques contra organizações que trabalham para o bem do povo iraquiano (...) não podem deixar de ser condenados porque visam organizações humanitárias internacionais e neutras», refere um comunicado da Liga, que não deixa no entanto de sublinhar«a responsabilidade das autoridades da coligação (dirigida pelos Estados Unidos) em restabelecer a segurança no Iraque».

Fronteira germano-checa transformada em bordel

A fronteira entre a Alemanha e a República Checa está transformada num mercado de prostituição infantil, denunciou esta semana a UNICEF, afirmando que as crianças da Europa Central e de Leste são vítimas de turismo sexual e de pedófilos, maioritariamente alemães.
A denúncia resulta de um estudo agora divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e é confirmada pelas autoridades alemãs, que falam da existência de redes de «crime organizado» na origem dessa «exploração sexual comercial».
Segundo o psicólogo da polícia alemã, Adolf Gallwitz, citado pela Lusa, a fronteira germano-checa tornou-se «o maior bordel da Europa» e a pedofilia «aumentou de maneira incrível». Gallwitz garante ainda que «a República Checa se tornou um bom mercado para as relações sexuais com as crianças».
O estudo, que pretende «fornecer pela primeira vez uma imagem completa da exploração sexual das crianças na região», identificou, desde 1996, cerca de 500 rapazes e raparigas que se iniciaram na prostituição, voluntariamente ou sob coacção.
Segundo a autora do trabalho, Cathrin Schauer, as crianças da República Checa, da Eslováquia e da Bielorússia são «vendidas» junto a estações de serviço e paragens de autocarro «para actividades sexuais», recebem «no máximo 25 euros» e «são frequentemente vítimas de violências».
Na apresentação do trabalho, o presidente da delegação alemã daUNICEF ã, Reinhard Schlagintweit, lamentou «a falta de apoio e de meios» para lutar contra o crescimento inquietante da prostituição infantil na fronteira germano-checa.


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