FENPROF acusa Governo

«Pura incompetência»

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) garante que milhares de alunos continuam sem alguns professores um mês depois do início do ano lectivo, uma vez que estão por preencher 1693 horários de docência.
Em conferência de imprensa realizada, na passada semana, frente ao Ministério da Educação, a federação salienta que este é o cenário na educação apesar de, a 2 de Setembro, o secretário de Estado da Administração Educativa ter anunciado que, pela primeira vez em muitos anos, o ano lectivo iniciar-se-ia com a esmagadora maioria dos docentes colocados nas escolas.
Acusa ainda a FENPROF que também o ministro da Educação afirmou várias vezes, mesmo depois de conhecidos os «desastrosos resultados do processo de colocações a 3 de Setembro», que o ano lectivo teria início a 15 de Setembro com 99 por cento dos professores colocados.
Segundo a Federação, de acordo com a informação disponível no dia 15 de Outubro na página da Direcção Geral da Administração Educativa na Internet, estavam ainda por preencher um total de 1693 horários (457 completos e 1.236 incompletos) além de outras centenas que a FENPROF diz terem sido remetidos ao Ministério e que continuam por divulgar junto dos professores desempregados. A situação mais caricata, no entender daquela estrutura sindical, verifica-se no Alentejo, onde no distrito de Évora existem 64 horários disponíveis (44 completos e 26 incompletos), «número superior ao divulgado (oficialmente) para toda a Direcção Regional» que compreende ainda os distritos de Beja e Portalegre.
Diz ainda a FENPROF que, no distrito de Beja existem 71 horários disponíveis (28 completos e 43 incompletos), mas apenas 19 estão divulgados, e em Portalegre dos 27 horários disponíveis, apenas quatro apareceram na página da Direcção Geral da Administração Educativa.

30 mil desempregados

Para o coordenador sindical do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS),que também criticou a situação nas zonas do Alentejo e do Algarve, «trata-se e pura incompetência».
Segundo o sindicalista, muitos dos horários que continuam por atribuir nas escolas de Beja, Évora, Portalegre e Faro «não são do conhecimento dos professores» porque «não constam da página da DGAE ou da DRE na Internet, onde deveriam estar publicados».
«Temos cerca de 30 mil professores desempregados no País e, afinal, há vagas das quais eles nem sequer chegam a ter conhecimento», lamentou José Filipe Estevens.
Os dados da FENPROF, divulgados, referem ainda que na Direcção Regional de Educação do Norte estão por preencher 703 horários (211 completos e 492 incompletos), na Direcção Regional de Educação de Lisboa 390 (95 completos e 295 incompletos), na zona Centro estão 304 (89 completos e 215 incompletos) e no Algarve existe ainda 250 (55 completos e 195 incompletos).


Mais artigos de: Nacional

Utentes recusam privatizações

O MUSP exige transportes melhores e mais baratos e protestou contra as privatizações de serviços, responsabilizando-as por aumentos de preços e taxas em vários sectores.

«Negócio ruinoso»

Os eleitos da CDU na Câmara Municipal da Marinha Grande vão apresentar queixa no Ministério Público (MP), reclamando uma investigação ao processo de licenciamento e construção do novo mercado municipal da cidade.Os vereadores comunistas consideram que existem irregularidades no licenciamento das obras e um mau negócio de...

Solidariedade com trabalhadores da Bore

A Câmara Municipal da Moita aprovou por unanimidade, na passada semana, em reunião de Executivo, uma moção de solidariedade para com as trabalhadoras da empresa de confecções Bore Workwear, em Alhos Vedros. Embora o dono desta empresa, o sueco Lars Erik Larsson, tivesse afirmado que não haveria encerramento, e que apenas...

Juntos contra a ocupação do Iraque

Um conjunto vasto de organizações promove no próximo sábado, pelas 15 horas, no Largo de Camões, uma concentração contra a ocupação do Iraque.