Fogo (d)e artifício
Promete o Governo, até Outubro, elaborar um «Livro Branco» dos fogos florestais e «do que não correu tão bem» nas suas políticas e respostas à calamidade que assola o país. A promessa não vale mais nem menos que a do último Verão dum «Projecto Nacional de Prevenção e Combate» e que continua por cumprir. Seria mais útil e adequado um «Livro Negro» da catástrofe, recorrente e imensa, e do fracasso e passividade criminosa da política florestal deste (e dos anteriores) governo(s), da total ineficácia na prevenção e da incompetência na organização e direcção da contra resposta, que nunca esteve à altura da situação e dos que na primeira linha derimiram o incêndio.
DBarroso, que a coberto duma certa «inimputabilidade mediática» - da grosseira ocultação da acção do PCP e do atoleiro do PS no labirinto do escândalo - passeava pelo «país interior que trabalha» um populismo reles contra o «país urbano das elites» e que preparava férias de «estado de graça», foi constrangido, pela incineração florestal do Governo, a «refazer a Agenda» e dar a cara em apressados artifícios de mistificação.
O primeiro artifício foi o «somos todos responsáveis», e a «unidade nacional», como se não fosse evidente que as justas e atempadas propostas do PCP nesta matéria nunca mereceram do Governo mais do que promessas de circunstância para não cumprir, enquanto persistiam no ciclo das orientações que levam à catastrofe. E foi ver o PS caídinho no logro, preso na sua «pesada culpa», onde se debate para não se afogar.
Veio depois o artifício securitário, a recompensa medieval e ilegal, até de Governos Civis, pela denúncia de suspeitos incendiários, e a manipulação dos quadros criminais conhecidos, como se houvesse uma «organização criminosa central» a atear fogos contra o Governo, como se fossem novidade os pirómanos e os «interesses económicos» e «negócios do fogo». E eis DBarroso na «banha da cobra» de «exigir mão dura» em reunião encenada com o Director da PJ, que foi a correr prender «perturbados mentais», deixando de novo a pairar a dúvida da instumentalização partidária do «braço da Lei».
E agora é o artifício da caridade de efeito pouco mais que mediático, à espera que passe a onda de calor e se faça o milagre dos milhôes da Europa, que permitam ao Governo fazer esquecer as desgraças e continuar tranquilamente, como se nada fosse, pelo mesmíssimo caminho. E que DBarroso possa voltar à sua «Agenda» de foguetório dos interesses e fogo de artifício.
DBarroso, que a coberto duma certa «inimputabilidade mediática» - da grosseira ocultação da acção do PCP e do atoleiro do PS no labirinto do escândalo - passeava pelo «país interior que trabalha» um populismo reles contra o «país urbano das elites» e que preparava férias de «estado de graça», foi constrangido, pela incineração florestal do Governo, a «refazer a Agenda» e dar a cara em apressados artifícios de mistificação.
O primeiro artifício foi o «somos todos responsáveis», e a «unidade nacional», como se não fosse evidente que as justas e atempadas propostas do PCP nesta matéria nunca mereceram do Governo mais do que promessas de circunstância para não cumprir, enquanto persistiam no ciclo das orientações que levam à catastrofe. E foi ver o PS caídinho no logro, preso na sua «pesada culpa», onde se debate para não se afogar.
Veio depois o artifício securitário, a recompensa medieval e ilegal, até de Governos Civis, pela denúncia de suspeitos incendiários, e a manipulação dos quadros criminais conhecidos, como se houvesse uma «organização criminosa central» a atear fogos contra o Governo, como se fossem novidade os pirómanos e os «interesses económicos» e «negócios do fogo». E eis DBarroso na «banha da cobra» de «exigir mão dura» em reunião encenada com o Director da PJ, que foi a correr prender «perturbados mentais», deixando de novo a pairar a dúvida da instumentalização partidária do «braço da Lei».
E agora é o artifício da caridade de efeito pouco mais que mediático, à espera que passe a onda de calor e se faça o milagre dos milhôes da Europa, que permitam ao Governo fazer esquecer as desgraças e continuar tranquilamente, como se nada fosse, pelo mesmíssimo caminho. E que DBarroso possa voltar à sua «Agenda» de foguetório dos interesses e fogo de artifício.