Uma grande técnica
De entre os imensos exemplos que podem ser dados sobre a forma como o Governo, através de atitudes deliberadas de desprezo e de assobiar para o lado, vicia e impede um verdadeiro debate político e público sobre muitas das suas opções e decisões, o caso de questões relativas à sua política de saúde é verdadeiramente exemplar.
Se não, vejamos: o ex-quadro do Grupo Mello que hoje é Ministro da Saúde de há muito se passeia pelos telejornais proclamando os êxitos no maior recurso aos medicamentos genéricos, mas sempre passando ao lado da questão crucial do injusto e inadmissível agravamento de preços que está sobrecarregando muitos cidadãos em todos os muitíssimos casos em que os clínicos, podendo receitar genéricos, optar por prescrever medicamentos de marca.
A verdade porém é que, passados quatro meses, ainda não encontrou nem tempo nem sobretudo vontade para responder ao requerimento do Grupo Parlamentar que reclamava um conjunto de dados essenciais para qualquer exame sério e balanço rigoroso do novo regime dos medicamentos.
Atente-se também que, desde o meio de Julho, por várias vezes o Ministro da Saúde propagandeou grandes êxitos registados nos 31 hospitais com gestão de sociedade anónima, designadamente quando a significativas reduções de custos e a espectaculares aumentos dos serviços prestados.
Acontece porém que já passaram três semanas desde que o Grupo Parlamentar do PCP, com visibilidade pública, requereu nove informações essenciais a qualquer balanço sério e rigoroso dessa experiência e até hoje sobre o assunto nem uma palavra, nem um dado, nem um esclarecimento foi prestado pelo Ministro da Saúde.
E, francamente, não se percebe qual é a dificuldade. Porque das duas uma: ou o Ministro andou a propagandear os alegados «êxitos» dos «Hospitais S.A.» porque tinha dados na mão e, entre estes, também tinha de ter dados de comparação com os hospitais que ainda não passaram a sociedades anónimas e, nesse caso, é mais que suspeita a sua demora na respectiva divulgação; ou não tinha dados nenhuns de balanço rigoroso e de comparação decente, e andou simplesmente a debitar na base de palpites ou de impressões genéricas que alguém interesseiramente lhe impingiu ou quis absorver.
Acresce que também quanto à propaganda do governo sobre a dita redução das listas de espera para cirurgias continuam a passar-se as semanas sem que o Ministro da Saúde responda quer à fundamentada alegação do PCP de que os números oficiais disponíveis o que mostram é a sua ampliação quer a um importante conjunto de informações requeridas pelo PCP.
Sem dúvida que esta é uma grande técnica. Mas própria de campeões da desonestidade política e de mestres da fuga ao debate.
Se não, vejamos: o ex-quadro do Grupo Mello que hoje é Ministro da Saúde de há muito se passeia pelos telejornais proclamando os êxitos no maior recurso aos medicamentos genéricos, mas sempre passando ao lado da questão crucial do injusto e inadmissível agravamento de preços que está sobrecarregando muitos cidadãos em todos os muitíssimos casos em que os clínicos, podendo receitar genéricos, optar por prescrever medicamentos de marca.
A verdade porém é que, passados quatro meses, ainda não encontrou nem tempo nem sobretudo vontade para responder ao requerimento do Grupo Parlamentar que reclamava um conjunto de dados essenciais para qualquer exame sério e balanço rigoroso do novo regime dos medicamentos.
Atente-se também que, desde o meio de Julho, por várias vezes o Ministro da Saúde propagandeou grandes êxitos registados nos 31 hospitais com gestão de sociedade anónima, designadamente quando a significativas reduções de custos e a espectaculares aumentos dos serviços prestados.
Acontece porém que já passaram três semanas desde que o Grupo Parlamentar do PCP, com visibilidade pública, requereu nove informações essenciais a qualquer balanço sério e rigoroso dessa experiência e até hoje sobre o assunto nem uma palavra, nem um dado, nem um esclarecimento foi prestado pelo Ministro da Saúde.
E, francamente, não se percebe qual é a dificuldade. Porque das duas uma: ou o Ministro andou a propagandear os alegados «êxitos» dos «Hospitais S.A.» porque tinha dados na mão e, entre estes, também tinha de ter dados de comparação com os hospitais que ainda não passaram a sociedades anónimas e, nesse caso, é mais que suspeita a sua demora na respectiva divulgação; ou não tinha dados nenhuns de balanço rigoroso e de comparação decente, e andou simplesmente a debitar na base de palpites ou de impressões genéricas que alguém interesseiramente lhe impingiu ou quis absorver.
Acresce que também quanto à propaganda do governo sobre a dita redução das listas de espera para cirurgias continuam a passar-se as semanas sem que o Ministro da Saúde responda quer à fundamentada alegação do PCP de que os números oficiais disponíveis o que mostram é a sua ampliação quer a um importante conjunto de informações requeridas pelo PCP.
Sem dúvida que esta é uma grande técnica. Mas própria de campeões da desonestidade política e de mestres da fuga ao debate.