A brincar com o pagode
Forçoso é sublinhar uma vez mais as abundâncias de espaço e de tempo que os media dedicam ao PCP – isto num tempo em que esse espaço e esse tempo custam os olhos da cara. Por isso de duas uma: ou os ditos media querem acabar com o PCP ou querem fazer dele o mais influente partido nacional. É para esta segunda hipótese que, naturalmente, estou tentado a inclinar-me...
Veja-se o caso do Expresso: anda Pinto Balsemão a escrever a Romano Prodi por causa de uma coisa chamada «direito de informar através da publicidade» (coisa que, presumo, há-de ter a ver com receitas de publicidade) e o jornal de que ele é proprietário gasta parte da primeira página, um naco da sétima e a doze quase toda com o PCP, isto é: com essa coisa horrível (para o Expresso) que é a actividade maléfica da direcção do PCP (a qual, segundo o Expresso, não pensa senão na destruição do Partido) e com essa coisa maravilhosa (para o Expresso) que é a actividade providencial de uns quantos inimigos da direcção do PCP (os quais, segundo o Expresso, não pensam senão no crescimento do Partido).
Para o pesado hebdomadário é assim: a maldita direcção faz tudo para enfraquecer, liquidar, acabar com o PCP? Bem, a isso o Expresso diz clara e inequivocamente: «não!, não o permitirei! liquidar o PCP, nunca! nem por cima do meu cadáver!». E o abundante semanário, enfatizando, esclarece que não quer, de forma nenhuma, que o PCP enfraqueça, bem pelo contrário: o Expresso luta, isso sim, por um PCP forte, influente e fá-lo com a força de todas as suas páginas, quer destroçando a direcção do PCP, quer enaltecendo, elogiando e incensando os inimigos da direcção (pelos próprios e pelo Expresso alcunhados de «renovadores»). Numa luta com a dimensão desta, é claro que vale tudo: e o Expresso não o esconde. É sabido que no nutrido semanário, não se admitem «métodos estalinistas», nem «faltas de democraticidade», nem coisas semelhantes. Mas...vale tudo, isso sim, para tornar o PCP cada vez mais forte; vale tudo, isso sim, para, dando mais força ao PCP, dar mais força à luta contra a política de direita e por uma alternativa de esquerda... Não?... não é isso?... calma, ó Expresso, não percas a cabeça... o quê?... o contrário? ó Expresso explica lá como é... estás a brincar?... não pode ser... estás a brincar com o pagode?... que pagode, ó Expresso?... ah, percebo, o pagode... pois, os teus leitores.
Não tens cura, ó Expresso!
Veja-se o caso do Expresso: anda Pinto Balsemão a escrever a Romano Prodi por causa de uma coisa chamada «direito de informar através da publicidade» (coisa que, presumo, há-de ter a ver com receitas de publicidade) e o jornal de que ele é proprietário gasta parte da primeira página, um naco da sétima e a doze quase toda com o PCP, isto é: com essa coisa horrível (para o Expresso) que é a actividade maléfica da direcção do PCP (a qual, segundo o Expresso, não pensa senão na destruição do Partido) e com essa coisa maravilhosa (para o Expresso) que é a actividade providencial de uns quantos inimigos da direcção do PCP (os quais, segundo o Expresso, não pensam senão no crescimento do Partido).
Para o pesado hebdomadário é assim: a maldita direcção faz tudo para enfraquecer, liquidar, acabar com o PCP? Bem, a isso o Expresso diz clara e inequivocamente: «não!, não o permitirei! liquidar o PCP, nunca! nem por cima do meu cadáver!». E o abundante semanário, enfatizando, esclarece que não quer, de forma nenhuma, que o PCP enfraqueça, bem pelo contrário: o Expresso luta, isso sim, por um PCP forte, influente e fá-lo com a força de todas as suas páginas, quer destroçando a direcção do PCP, quer enaltecendo, elogiando e incensando os inimigos da direcção (pelos próprios e pelo Expresso alcunhados de «renovadores»). Numa luta com a dimensão desta, é claro que vale tudo: e o Expresso não o esconde. É sabido que no nutrido semanário, não se admitem «métodos estalinistas», nem «faltas de democraticidade», nem coisas semelhantes. Mas...vale tudo, isso sim, para tornar o PCP cada vez mais forte; vale tudo, isso sim, para, dando mais força ao PCP, dar mais força à luta contra a política de direita e por uma alternativa de esquerda... Não?... não é isso?... calma, ó Expresso, não percas a cabeça... o quê?... o contrário? ó Expresso explica lá como é... estás a brincar?... não pode ser... estás a brincar com o pagode?... que pagode, ó Expresso?... ah, percebo, o pagode... pois, os teus leitores.
Não tens cura, ó Expresso!