Salários em atraso
As cerca de cem trabalhadoras das Confecções Cramil, na Aldeia de Joanes, Fundão, ameaçaram entrar em greve ontem, caso a empresa não regularizasse os pagamentos em dívida, respeitantes a parte do salário de Maio e ao 13.º mês de 2002, anunciou o Sindicato Têxtil da Beira Baixa. Luís Garra, presidente do STBB, disse à Lusa que a Cramil «despediu recentemente 23 trabalhadoras, com o argumento de que tal era indispensável para salvaguardar a situação das que ficavam», mas a justificação não passa «de um acto de pura hipocrisia», pois «os despedimentos foram mais um acto repressivo, usado para alimentar a suposta inevitabilidade da crise».
Luís Garra, que é igualmente coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco, acusou o Governo de «animar os que, à boleia do discurso de crise, inflacionam as dificuldades». Revelou, a propóstico, números relativos ao mês de Maio, que indicam «um total de 600 trabalhadores que receberam com atraso os respectivos salários» no distrito.
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimento e Similares do Sul revelou que há salários em atraso na empresa Betosado, em Poçoilos (Setúbal), uma empresa com duas dezenas de trabalhadores, que se dedica à produção de vigas de cimento pré-esforçadas e que terá sido vendida pelo empresário setubalense Justo Tomás, antigo presidente do Vitória de Setúbal e candidato do PP à presidência da Câmara de Setúbal, a duas «off-shore» sediadas em Gibraltar. Em declarações à Lusa, um dirigente sindical salientou que, «embora não sejam conhecidos os verdadeiros donos da empresa, os trabalhadores acreditam que o principal responsável continua a ser o anterior proprietário».
No passado mês de Fevereiro, o antigo proprietário da Betosado e das rádios locais de Setúbal (Rádio Azul, Rádio Voz e Rádio Jornal) também foi apontado por trabalhadores das três empresas de comunicação social como o principal responsável pela existência de salários em atraso, situação que persiste na Rádio Voz e na Rádio Jornal, não obstante a intervenção da Inspecção-Geral de Trabalho.
Entraram em greve a 18 de Junho os trabalhadores da Outex, exigindo o pagamento de metade do salário de Abril e o agendamento do pagamento dos ordenados de Maio, informou o Sindicato dos Têxteis, Vestuário, Calçado e Curtumes do Porto. Com a nota que distribuiu no final de Junho, o sindicato divulgou uma carta em que denuncia o facto de o administrador ter impedido os trabalhadores de accionar as máquinas no dia 16 de Junho, mandando que permanecessem no posto de trabalho, mas inactivos, enquanto não fosse retirado o pré-aviso de greve.
Comunistas
solidários
Além da Cramil, outras empresas de confecções do distrito de Castelo Branco não pagaram os salários de Maio pontualmente, denunciou sábado a Direcção da Organização Regional do PCP, apontando os casos da Patrício & Monteiro, da Selber, da Reis & Craveiro e da Dress Uomo. A DORCB chamou ainda a atenção para a J. Vaz, que recentemente despediu 23 trabalhadores, alegando ser essa a solução para viabilizar a empresa, mas enviou pedidos de recrutamento para o Centro de Emprego; a Campos Melo vai encerrar, recusando investir na protecção ambiental; a Nova Penteação mantém uma situação indefinida, ameaçando despedir 300 pessoas.
«Bastaram alguns meses para comprovar o fracasso» do chamado plano Bagão, comenta a direcção regional comunista, face ao agravamento da situação no sector têxtil, para a qual há um ano apontou razões e soluções. Hoje, o PCP reafirma o compromisso de «apoiar as lutas dos trabalhadores têxteis», exigindo do Governo, das autarquias locais e outras entidades públicas «medidas urgentes».
Luís Garra, que é igualmente coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco, acusou o Governo de «animar os que, à boleia do discurso de crise, inflacionam as dificuldades». Revelou, a propóstico, números relativos ao mês de Maio, que indicam «um total de 600 trabalhadores que receberam com atraso os respectivos salários» no distrito.
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimento e Similares do Sul revelou que há salários em atraso na empresa Betosado, em Poçoilos (Setúbal), uma empresa com duas dezenas de trabalhadores, que se dedica à produção de vigas de cimento pré-esforçadas e que terá sido vendida pelo empresário setubalense Justo Tomás, antigo presidente do Vitória de Setúbal e candidato do PP à presidência da Câmara de Setúbal, a duas «off-shore» sediadas em Gibraltar. Em declarações à Lusa, um dirigente sindical salientou que, «embora não sejam conhecidos os verdadeiros donos da empresa, os trabalhadores acreditam que o principal responsável continua a ser o anterior proprietário».
No passado mês de Fevereiro, o antigo proprietário da Betosado e das rádios locais de Setúbal (Rádio Azul, Rádio Voz e Rádio Jornal) também foi apontado por trabalhadores das três empresas de comunicação social como o principal responsável pela existência de salários em atraso, situação que persiste na Rádio Voz e na Rádio Jornal, não obstante a intervenção da Inspecção-Geral de Trabalho.
Entraram em greve a 18 de Junho os trabalhadores da Outex, exigindo o pagamento de metade do salário de Abril e o agendamento do pagamento dos ordenados de Maio, informou o Sindicato dos Têxteis, Vestuário, Calçado e Curtumes do Porto. Com a nota que distribuiu no final de Junho, o sindicato divulgou uma carta em que denuncia o facto de o administrador ter impedido os trabalhadores de accionar as máquinas no dia 16 de Junho, mandando que permanecessem no posto de trabalho, mas inactivos, enquanto não fosse retirado o pré-aviso de greve.
Comunistas
solidários
Além da Cramil, outras empresas de confecções do distrito de Castelo Branco não pagaram os salários de Maio pontualmente, denunciou sábado a Direcção da Organização Regional do PCP, apontando os casos da Patrício & Monteiro, da Selber, da Reis & Craveiro e da Dress Uomo. A DORCB chamou ainda a atenção para a J. Vaz, que recentemente despediu 23 trabalhadores, alegando ser essa a solução para viabilizar a empresa, mas enviou pedidos de recrutamento para o Centro de Emprego; a Campos Melo vai encerrar, recusando investir na protecção ambiental; a Nova Penteação mantém uma situação indefinida, ameaçando despedir 300 pessoas.
«Bastaram alguns meses para comprovar o fracasso» do chamado plano Bagão, comenta a direcção regional comunista, face ao agravamento da situação no sector têxtil, para a qual há um ano apontou razões e soluções. Hoje, o PCP reafirma o compromisso de «apoiar as lutas dos trabalhadores têxteis», exigindo do Governo, das autarquias locais e outras entidades públicas «medidas urgentes».