«Interpretar» a lei e lucrar
A Rohde, multinacional do calçado sediada em São João da Madeira, faz tábua rasa da legislação portuguesa e interpreta-a a seu bel-prazer. Beneficiando de total impunidade, a empresa pratica frequentemente o Lay-off – que prevê a possibilidade das empresas dispensarem temporariamente os trabalhadores, baixando a remuneração, que passa a ser comparticipada a 70 por cento pela Segurança Social. Nos últimos anos, recorreu cinco vezes a esta medida, tendo o último Lay-off durado vários meses, de Fevereiro a Junho.
Quem sofre, é claro, são os trabalhadores. Adriano Silva, cortador de calçado, lembra que desta forma estes perdem o equivalente a um ou dois ordenados por ano. Além disso, acusa, não houve qualquer aumento salarial em 2003.
«Penso que esta legislação é feita a pensar em empresas fracas, com dificuldades», o que não é o caso da Rohde, denuncia Adriano Silva. «Trata-se de uma multinacional, que gera milhões de contos e que tem encomendas», lembra. Naquela empresa, acusa, o Lay-off é utilizado apenas como forma de poupar dinheiro: «Pagam menos impostos, menos energia e apenas uma parte do ordenado, é óptimo», ironiza.
«A empresa chegou a estar completamente fechada», recorda. Mas por pouco tempo. A regra é o Lay-off abranger, intercaladamente, várias secções, ao sabor das diferentes fases da produção. Adriano fez parte do grupo de 700 pessoas que esteve em casa 20 dias consecutivos. Mas a paralisação forçada pelo patrão tocou a todos os operários.
Adriano Silva narra que se vive actualmente na Rohde um clima de desconfiança. «As pessoas têm medo de regressar de férias em Setembro e encontrar a empresa fechada.». Além disso, não sabem quando nem quanto vão receber. «E trabalham aqui famílias inteiras», alerta. Adriano Silva tem uma certeza: a paciência tem limites. Se a situação se mantiver por muito mais tempo, assegura, «as coisas vão rebentar».
Quem sofre, é claro, são os trabalhadores. Adriano Silva, cortador de calçado, lembra que desta forma estes perdem o equivalente a um ou dois ordenados por ano. Além disso, acusa, não houve qualquer aumento salarial em 2003.
«Penso que esta legislação é feita a pensar em empresas fracas, com dificuldades», o que não é o caso da Rohde, denuncia Adriano Silva. «Trata-se de uma multinacional, que gera milhões de contos e que tem encomendas», lembra. Naquela empresa, acusa, o Lay-off é utilizado apenas como forma de poupar dinheiro: «Pagam menos impostos, menos energia e apenas uma parte do ordenado, é óptimo», ironiza.
«A empresa chegou a estar completamente fechada», recorda. Mas por pouco tempo. A regra é o Lay-off abranger, intercaladamente, várias secções, ao sabor das diferentes fases da produção. Adriano fez parte do grupo de 700 pessoas que esteve em casa 20 dias consecutivos. Mas a paralisação forçada pelo patrão tocou a todos os operários.
Adriano Silva narra que se vive actualmente na Rohde um clima de desconfiança. «As pessoas têm medo de regressar de férias em Setembro e encontrar a empresa fechada.». Além disso, não sabem quando nem quanto vão receber. «E trabalham aqui famílias inteiras», alerta. Adriano Silva tem uma certeza: a paciência tem limites. Se a situação se mantiver por muito mais tempo, assegura, «as coisas vão rebentar».