Semana trágica

A passada semana foi marcada pelos acidentes de trabalho. Pelo menos três pessoas morreram e mais duas ficaram feridas em sequência destes acidentes. O mais grave ocorreu em Tabuaço, no distrito de Viseu, no qual um operário morreu e dois ficaram feridos durante a abertura de uma vala. O desabamento de terras que se seguiu deixou dois operários soterrados a dois metros de profundidade. Um deles morreu, já a caminho do hospital. Quando os bombeiros chegaram ao local do acidente, já os dois trabalhadores tinham sido retirados da vala pelos outros operários. Um dos trabalhadores que participou nas operações de salvamento acabaria também por receber tratamento hospitalar.
Também em Oliveira de Azeméis um trabalhador perdeu a vida no desempenho da sua actividade profissional. Trata-se de um madeireiro, que morreu esmagado pelo tractor que conduzia, quando este capotou. O trabalhador encontrava-se a conduzir o tractor numa mata de elevado declive, o que terá provocado o acidente. O facto de os bombeiros apenas terem conseguido chegar ao local utilizando um todo-o-terreno dá bem a imagem das condições precárias em que o acidentado trabalhava. Já em Maio do ano passado tinha sucedido um acidente semelhante no mesmo local, que também resultou na morte de um trabalhador.
Em Alenquer, numa exploração de pirites, deu-se também um acidente, que acabaria por resultar no falecimento de um operário. Enquanto reparava uma máquina transportadora em cima de uma pá carregadora, o trabalhador caiu e ficou entalado entre as duas máquinas. O homem foi assistido na via pública pelo Instituto Nacional de Assistência Médica, que apenas confirmou o seu óbito. O acidente fio imediatamente comunicado ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT).
Portugal é o país da União Europeia com maior índice de acidentes de trabalho. Os sindicatos responsabilizam os patrões, a quem cabe, efectivamente, a segurança dos locais de trabalho e a formação dos trabalhadores.


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