Sucedem-se as greves e paralisações
Trabalhadores de várias empresas e sectores estão em luta. Entre outras questões, exige-se o desbloqueamento da negociação e a aplicação de direitos.
O Governo viola direitos e dá o mote que os privados seguem
Culminando um longo processo de luta dos trabalhadores da CP, Refer e EMEF, que exigem das administrações o fim da postura intransigente e anti-negocial, está marcada para o próximo dia 29 uma greve de 24 horas, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, da CGTP, em conjunto com outras estruturas sindicais e CT’s. Os trabalhadores tinham direito a ver os seus salários actualizados a partir do dia 1 de Fevereiro e, em meados de Abril, apenas se conhece a intenção do Governo, por intermédio das administrações, de congelar os salários de uns trabalhadores e dar aumentos irrisórios aos restantes. Para além da questão salarial e da discriminação entre os trabalhadores, a greve tem como objectivo a defesa dos postos de trabalho e dos direitos, «ameaçados com as políticas que têm vindo a ser seguidas em todo o sector», afirma o SNTSF.
Segundo dados sindicais, a greve dos trabalhadores dos museus, palácios e monumentos – realizada entre 18 e 20 deste mês – teve uma adesão a rondar os 95 por cento, o que provocou o encerramento de diversos espaços. O balanço realizado pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública dava conta do encerramento de cerca de 80 por cento dos espaços dependentes do Instituto Português de Museus e do Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico – IPPAR, sobre os quais incidia a paralisação. Daí não ser de estranhar que outros museus e espaços, de gestão diversa (municipal ou privada), tivessem funcionado normalmente. A federação rejeita qualquer responsabilidade nos transtornos causados aos turistas. Para a estrutura sindical, esta vai inteira para o Governo, «que não negocia com seriedade há cerca de 13 anos as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores». Os trabalhadores exigem, para além de negociações, um regulamento de horários de trabalho e folgas, a reestruturação das carreiras, a admissão de novos trabalhadores, bem como formação profissional.
Inspectores e carteiros
Anteontem, realizou-se a greve dos inspectores da Inspecção-Geral do Ministério da Segurança Social e do Trabalho. A paralisação, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, tinha como exigência a aplicação do decreto-lei que regula a concede aos inspectores certos suplementos remuneratórios, ainda não aplicado a estes trabalhadores. Segundo o sindicato, esta situação discrimina estes inspectores em relação aos outros, que já são contemplados com o referido reajustamento salarial. Também neste caso, a greve é o culminar de um processo de reivindicação dos trabalhadores, que após pedirem diversas audiências e reuniões com responsáveis ministeriais, não viram quaisquer alterações à situação. Se após esta greve nada mudar, os trabalhadores admitem voltar a paralisar no próximo dia 29. A ausência de resposta pode prejudicar auditorias e inspecções em áreas tão sensíveis como as condições de trabalho e os centros distritais de Segurança Social, bem como sindicâncias tão sensíveis como as da Casa Pia e INATEL, actualmente em curso.
Nas Caldas da Rainha, os carteiros estiveram, durante toda a passada semana, em luta pelo pagamento das horas extraordinárias. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, os carteiros trabalham cerca de 10 horas diárias e só recebem pela prestação de 7 horas e 48 minutos. Além do pagamento do trabalho suplementar que prestam, os carteiros exigem que a empresa reponha o pagamento dos danos resultantes de acidentes, imputado aos trabalhadores. Esta situação levou já a um caso extremo, em que um carteiro deve cerca de 1500 euros por ter tido um acidente com a mota da empresa. Os trabalhadores realizaram diversos plenários na empresa e têm prevista, para hoje, uma greve de 24 horas.
Segundo dados sindicais, a greve dos trabalhadores dos museus, palácios e monumentos – realizada entre 18 e 20 deste mês – teve uma adesão a rondar os 95 por cento, o que provocou o encerramento de diversos espaços. O balanço realizado pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública dava conta do encerramento de cerca de 80 por cento dos espaços dependentes do Instituto Português de Museus e do Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico – IPPAR, sobre os quais incidia a paralisação. Daí não ser de estranhar que outros museus e espaços, de gestão diversa (municipal ou privada), tivessem funcionado normalmente. A federação rejeita qualquer responsabilidade nos transtornos causados aos turistas. Para a estrutura sindical, esta vai inteira para o Governo, «que não negocia com seriedade há cerca de 13 anos as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores». Os trabalhadores exigem, para além de negociações, um regulamento de horários de trabalho e folgas, a reestruturação das carreiras, a admissão de novos trabalhadores, bem como formação profissional.
Inspectores e carteiros
Anteontem, realizou-se a greve dos inspectores da Inspecção-Geral do Ministério da Segurança Social e do Trabalho. A paralisação, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, tinha como exigência a aplicação do decreto-lei que regula a concede aos inspectores certos suplementos remuneratórios, ainda não aplicado a estes trabalhadores. Segundo o sindicato, esta situação discrimina estes inspectores em relação aos outros, que já são contemplados com o referido reajustamento salarial. Também neste caso, a greve é o culminar de um processo de reivindicação dos trabalhadores, que após pedirem diversas audiências e reuniões com responsáveis ministeriais, não viram quaisquer alterações à situação. Se após esta greve nada mudar, os trabalhadores admitem voltar a paralisar no próximo dia 29. A ausência de resposta pode prejudicar auditorias e inspecções em áreas tão sensíveis como as condições de trabalho e os centros distritais de Segurança Social, bem como sindicâncias tão sensíveis como as da Casa Pia e INATEL, actualmente em curso.
Nas Caldas da Rainha, os carteiros estiveram, durante toda a passada semana, em luta pelo pagamento das horas extraordinárias. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, os carteiros trabalham cerca de 10 horas diárias e só recebem pela prestação de 7 horas e 48 minutos. Além do pagamento do trabalho suplementar que prestam, os carteiros exigem que a empresa reponha o pagamento dos danos resultantes de acidentes, imputado aos trabalhadores. Esta situação levou já a um caso extremo, em que um carteiro deve cerca de 1500 euros por ter tido um acidente com a mota da empresa. Os trabalhadores realizaram diversos plenários na empresa e têm prevista, para hoje, uma greve de 24 horas.