O Duque de Copas
A peça produzida pelo director do Público a propósito da queda de Bagdad será seguramente um dia recomendada aos estudiosos do jornalismo particularmente aos que se dedicarem à análise de desvios comportamentais no desempenho dessa actividade profissional.
Difícil será decidir se o mais chocante da prosa se encontra na fidelidade acéfala que se revela digna de encimar um qualquer editorial de boletim de caserna do Pentágono ou se no patético exercício de associar o movimento patriótico de libertação do 25 de Abril com a barbárie invasora dos Estados Unidos no Iraque.
Registe-se para a história, a emoção com que o citado escreveu aquelas linhas e aquela furtiva lágrima que, como o próprio confessa, não conseguiu evitar ao fazê-lo. Para descanso dos leitores, repouso do autor e tentativas de malévola interpretação futura aqui se sublinha que tanta emoção e tão furtivas lágrimas não se reportam à dor dos milhares de civis mortos ou feridos, às centenas de famílias desfeitas ou ao rasto de destruição de aldeias e cidades deixada pela artilharia e os bombardeamentos libertadores das forças invasoras mas sim à «festa» que constituiu a entrada das forças norte americanas no centro de Bagdad. Para descanso de todos registe-se que aquela emoção que assalta o autor perante qualquer nesga de reposição democrática é para já e tão só respeitante ao Iraque e não a qualquer outro dos regimes não menos despóticos e ditatoriais que pela região existem a não ser que os Estados Unidos assim o passem a considerar. E, para tranquilidade de alguns, tanta emoção não tem nada a ver com a pilhagem de museus e arquivos históricos e o irreparável desaparecimento da memória histórica da Mesopotâmia, tudo seguramente velharias aos olhos do director do “Público, quando comparadas com o êxtase que não disfarça perante a notável e bem moderna tecnologia das armas americanas e do seu poder de destruição maciça.
Provável será que enquanto estas linhas se escrevem, num qualquer canto da redacção o esforçado cronista da conquista imperialista se entretenha virando e revirando cartas do baralho produzido pelo Pentágono com as figuras do mais procurados por Bush e os seus. E ao mesmo tempo desapontado por ninguém se ter lembrado de produzir um baralho com as figuras dos mais esforçados fautores da guerra e do respectivo séquito de seguidores, onde seguramente poderia vir a figurar, com merecida justiça, nem que fosse no papel de duque de copas do baralho americano.
Difícil será decidir se o mais chocante da prosa se encontra na fidelidade acéfala que se revela digna de encimar um qualquer editorial de boletim de caserna do Pentágono ou se no patético exercício de associar o movimento patriótico de libertação do 25 de Abril com a barbárie invasora dos Estados Unidos no Iraque.
Registe-se para a história, a emoção com que o citado escreveu aquelas linhas e aquela furtiva lágrima que, como o próprio confessa, não conseguiu evitar ao fazê-lo. Para descanso dos leitores, repouso do autor e tentativas de malévola interpretação futura aqui se sublinha que tanta emoção e tão furtivas lágrimas não se reportam à dor dos milhares de civis mortos ou feridos, às centenas de famílias desfeitas ou ao rasto de destruição de aldeias e cidades deixada pela artilharia e os bombardeamentos libertadores das forças invasoras mas sim à «festa» que constituiu a entrada das forças norte americanas no centro de Bagdad. Para descanso de todos registe-se que aquela emoção que assalta o autor perante qualquer nesga de reposição democrática é para já e tão só respeitante ao Iraque e não a qualquer outro dos regimes não menos despóticos e ditatoriais que pela região existem a não ser que os Estados Unidos assim o passem a considerar. E, para tranquilidade de alguns, tanta emoção não tem nada a ver com a pilhagem de museus e arquivos históricos e o irreparável desaparecimento da memória histórica da Mesopotâmia, tudo seguramente velharias aos olhos do director do “Público, quando comparadas com o êxtase que não disfarça perante a notável e bem moderna tecnologia das armas americanas e do seu poder de destruição maciça.
Provável será que enquanto estas linhas se escrevem, num qualquer canto da redacção o esforçado cronista da conquista imperialista se entretenha virando e revirando cartas do baralho produzido pelo Pentágono com as figuras do mais procurados por Bush e os seus. E ao mesmo tempo desapontado por ninguém se ter lembrado de produzir um baralho com as figuras dos mais esforçados fautores da guerra e do respectivo séquito de seguidores, onde seguramente poderia vir a figurar, com merecida justiça, nem que fosse no papel de duque de copas do baralho americano.