Esquerda apela à paz

Treze dirigentes de partidos comunistas, socialistas e outras organizações progressistas europeias subscreveram uma apelo dirigido ao presidente em exercício da União Europeia, Costas Simitis, incitando-o a fazer «todos os possíveis para parar a guerra e promover uma solução justa e pacífica da crise, como base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional.

O documento, que conta com o secretário geral do PCP, Carlos Carvalhas, entre os subscritores, manifesta total oposição à guerra como meio para resolver problemas internacionais, sublinhando que «a população civil do Iraque, em especial crianças, serão as principais vítimas, caso os planos de guerra dos Estados Unidos sigam em frente. O povo do Iraque sofrerá uma nova tragédia, que se somará ao tremendo preço que pagaram pela guerra do Golfo, ao embargo internacional e ao brutal regime dictatorial de Saddam Hussein».

No entanto, alertam «uma guerra não será apenas catastrófica para o Iraque. Todo o médio oriente será desestabilizado e a Palestina pode ser seriamente prejudicada. O terrorismo e o fanatismo religioso crescerá em vez de diminuir já que a guerra e o terrorismo alimentam-se mutuamente».

«Sempre estivemos, de forma consistente, ao lado do povo iraquiano e curdo e contra o regime tirânico de Saddam. No entanto, acreditamos firmemente que a guerra não serve os interesses da democracia e os direitos humanos, pelo contrário, a guerra é a sua suprema violação e negação».

«Uma guerra contra o Iraque conduzida pelos Estados Unidos da América será também uma guerra efectiva contra a Europa, as Nações Unidas e os mais básicos princípios dos direito internacional. Toda a humanidade ficará ameaçada ao abrir-se o precedente extremamente perigoso da «guerra preventiva».

«Por isso, apelamos aos líderes da UE para que se oponham à guerra e apoiem a aplicação das resoluções das Nações Unidas sobre o Iraque através de meios diplomáticos e políticos. Pela paz e democracia no Iraque e em todo o médio oriente e para que esta região extremamente militarizada se transforme numa zona livre de armas, nucleares ou químicas, de destruição maciça».

O documento é igualmente assinado pelos líderes dos partidos Synaspismos (Grécia); Partido da Refundação Comunista (Itália); Partido Comunista Francês; AKEL (Chipre); Rede Europeia para a Paz e Direitos Humanos; Partido dos Comunistas Italianos; Partido de Esquerda (Suécia); Partido da Liberdade e da Solidariedade (Turquia); Esquerda Unida (Espanha); Partido Socialista do Povo (Dinamarca); Partido do Socialismo Democrático (Alemanha) e Campanha Socialista dos Grupo de Deputados Trabalhistas (Reino Unido).



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