2013 é ano de comemorações

Centenário de Álvaro Cunhal com vasto programa

O centenário do nascimento de Álvaro Cunhal será assinalado ao longo de 2013 em múltiplas iniciativas onde será valorizada a sua dimensão de homem, de comunista, de intelectual e de artista.

Álvaro Cunhal é uma personalidade marcante, em Portugal e no mundo

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As comemorações, que decorrem sob o lema «Centenário de Álvaro Cunhal – Vida, pensamento e obra: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro», têm o seu início já no próximo dia 19, às 15h30, numa sessão pública a realizar no auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (junto à Cidade Universitária), que conta com a participação do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa. O encerramento está previsto para o início de 2014, numa iniciativa evocativa da fuga de Peniche de 3 de Janeiro de 1960 (ver caixa).

Entre estes dois momentos terão lugar múltiplas iniciativas com que se procurará valorizar as diversas vertentes do pensamento e da obra de Álvaro Cunhal. Para além das acções de âmbito nacional, haverá outras, promovidas ao nível regional ou concelhio, que procuraremos ao longo do ano tratar no Avante!.

A 6 de Março (dia do 92.º aniversário do PCP) terá lugar em Lisboa uma sessão com jovens tendo como lema «Tomar Partido». O objectivo é assinalar a decisão, tomada aos 17 anos, por Álvaro Cunhal de aderir ao PCP, corria o ano de 1931, e que o próprio Álvaro Cunhal sintetizou desta forma: «Quando terminei o liceu, fui para a faculdade, procurei o Partido, encontrei-o, comecei a ser comunista e ainda não acabei.»

A dimensão cultural e artística de Álvaro Cunhal será salientada em diversos espectáculos, concertos musicais, debates, conferências ou exposições em torno da sua obra literária e plástica ou das suas reflexões em torno da arte e da estética. É esta dimensão que dará o mote à sessão evocativa que terá lugar no dia 23 de Março, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.

O dia do centenário, 10 de Novembro, será assinalado com um grande comício festa, a par de outras iniciativas.

  Acções diversificadas

 

Uma das grandes iniciativas inseridas no âmbito destas comemorações é a exposição que estará patente, de 27 de Abril a 2 de Junho, no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço. A mostra evidenciará os diversos aspectos da vida, do pensamento e da luta de Álvaro Cunhal, contando para tal com um amplo conjunto de elementos fotográficos, literários, artísticos e políticos, procurando transmitir a multifacetada e profunda intervenção de Álvaro Cunhal nos planos nacional e internacional.

Para além da edição do Tomo IV das «Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal», reunindo escritos compreendidos entre 1967 e 1974, será ainda editada uma «Fotobiografia» que constituirá uma contribuição inédita para um melhor conhecimento da sua vida, do seu pensamento e da sua luta.

O centenário também terá expressão no campo das artes: no cinema, com iniciativas de divulgação e valorização de filmes baseados na obra de Álvaro Cunhal, bem como a concretização de novos projectos; no teatro destaca-se a encenação, pela Companhia de Teatro de Almada, de uma peça baseada no Julgamento de Álvaro Cunhal perante o tribunal fascista, que estreará no dia 25 de Abril.

Para a infância, entre outros, será adaptado o conto «Os Barrigas e os Magriços», para além de um espaço de actividades didáticas na grande exposição do Terreiro do Paço, banda desenhada e ateliês. As comemorações terão ainda uma presença marcante na Festa do Avante!, a começar pela exposição do Espaço Central.

Com a tradução de obras de Álvaro Cunhal e a sua promoção em diversos países, bem como com a realização de outras iniciativas, procurar-se-à dar uma expressão internacional às comemorações.


 

Aprofundar a reflexão

Suscitar e aprofundar a reflexão e o debate em torno da diversificada e rica produção teórica de Álvaro Cunhal é o objectivo assumido do «Congresso Álvaro Cunhal, o projecto comunista, Portugal e o mundo de hoje», a ter lugar nos dias 26 e 27 de Outubro.

Desdobrando a sua vida e o seu legado teórico em eixos temáticos, serão promovidas diversas actividades em torno de questões concretas: no dia 4 de Maio, no Porto, realiza-se a conferência «Álvaro Cunhal, a organização e a luta dos trabalhadores»; no primeiro semestre do ano, também no Porto, e a 1 de Dezembro em Lisboa, estará em destaque o seu combate pela independência nacional em iniciativas sobre «A Soberania e a independência nacional, pensamento e acção de Álvaro Cunhal».

Ainda sem data e local anunciados permanecem a iniciativa sobre «o direito à autodeterminação e independência e luta de libertação dos povos das ex-colónias portuguesas, o papel de Álvaro Cunhal» e a grande acção sobre «Álvaro Cunhal e a luta pela emancipação da mulher».

A sua intervenção relativamente à questão da terra, da luta pelas oito horas de trabalho nos campos e pela reforma agrária será evocada em várias acções, incluindo debates e um espectáculo sobre o Alentejo, a terra, a luta, a arte e o futuro, que envolverá o cante e outras vertentes da arte e da cultura alentejanas. Haverá ainda lugar para uma actividade voltada para os pequenos agricultores e compartes dos baldios.

Lembrados serão também alguns movimentos significativos da vida e da obra de Álvaro Cunhal: a prisão no Luso, em 25 de Março de 1949; o 25 de Abril de 1974; o julgamento perante o tribunal fascista, a 9 de Maio de 1950; o momento em que Álvaro Cunhal assumiu ser «Manuel Tiago», em 14 de Dezembro de 1994; a fuga da prisão-fortaleza de Peniche, a 3 de Janeiro de 1960.

 

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A fuga de Peniche

No dia em que mais um Avante! vem para as bancas – 3 de Janeiro – assinala-se o aniversário da histórica fuga da fortaleza de Peniche, que devolveu à liberdade e à luta contra o fascismo Álvaro Cunhal e mais nove destacados dirigentes e militantes do PCP. Estava-se em 1960.

Hoje, 53 anos depois, conhecemos já muitos pormenores desta audaciosa fuga: o engenho e coragem necessários para a sua concretização; e o significado profundo que esta teve na vida do Partido, que atravessava um período difícil, marcado pelo desvio de direita que o desarmara ideológica e organicamente. Foi precisamente à correcção deste desvio de direita que Álvaro Cunhal se dedicou afincadamente desde o seu retorno à liberdade e que teria um forte impacto no alargamento das fileiras do PCP e na intensificação da luta antifascista, patente nas grandes jornadas de Maio de 1962.

A fuga de Peniche, que será evocada com maior destaque no próximo ano – pois será em torno deste acontecimento que se concluem as comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal –, devolveu às fileiras da luta aquele que foi o mais destacado construtor do PCP, que não por acaso seria eleito Secretário-geral em Março do ano seguinte, cargo que ocupou até ao início da década de 90.



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