Contra o aumento da idade da reforma

Milhões protestam em França

Entre 2,5 mi­lhões e três mi­lhões de pes­soas ma­ni­fes­taram-se, dia 7, em França contra o au­mento da idade da re­forma. Os sin­di­catos já anun­ci­aram nova jor­nada de luta para 23 de Se­tembro.

Tra­ba­lha­dores na Eu­ropa in­ten­si­ficam a luta

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A jor­nada de acção, uma das mai­ores dos úl­timos anos, foi con­vo­cada pelas oito cen­trais sin­di­cais (CGT, CFDT, FO, CFTC, CFE-CGC, So­li­daires, FSU, Unsa) e fez-se acom­pa­nhar de greves em todos os sec­tores com ade­sões sig­ni­fi­ca­tivas.

Este foi o quarto pro­testo contra o pro­jecto le­gis­la­tivo que pre­tende au­mentar a idade mí­nima de re­forma dos 60 para os 62 anos, sendo que o acesso à pensão com­pleta é ele­vado dos 65 para os 67 anos in­de­pen­den­te­mente do nú­mero de anos de con­tri­bui­ções.

O maior des­file re­a­lizou-se na ca­pital, com mais de 270 mil pes­soas, num dia em que as greves afec­taram for­te­mente o fun­ci­o­na­mento do metro e so­bre­tudo das li­nhas su­bur­banas, pro­vo­cando mais de 200 qui­ló­me­tros de en­gar­ra­fa­mentos nas auto-es­tradas que servem a grande me­tró­pole.

O trá­fego aéreo também foi re­du­zido, tendo sido anu­lados me­tade dos voos de média e curta dis­tância, assim como a cir­cu­lação fer­ro­viária, onde a adesão à greve ul­tra­passou os 50 por cento.

Em geral, na ad­mi­nis­tração pú­blica, a greve teve ele­vadas ade­sões, em es­pe­cial na edu­cação, onde ron­daram os 60 por cento.

Fora de Paris, ti­veram lugar ma­ni­fes­ta­ções ma­ciças em Mar­selha (mais de 200 mil pes­soas) Tou­louse (mais de 110 mil) e Bor­déus (mais de 100 mil). Ou­tras ac­ções de menor di­mensão de­cor­reram em cerca de duas cen­tenas de ci­dades.

En­tre­tanto a frente sin­dical já con­vocou nova jor­nada na­ci­onal para a pró­xima quinta-feira, dia 23.

Grécia mo­bi­liza-se

 

De­pois de, no sá­bado, 11, mais de 20 mil pes­soas se terem ma­ni­fes­tado em Tes­sa­ló­nica, se­gunda ci­dade da Grécia, por oca­sião do tra­di­ci­onal dis­curso do go­verno na feira in­ter­na­ci­onal que ali se re­a­liza anu­al­mente, novos pro­testos estão anun­ci­ados contra a po­lí­tica de aus­te­ri­dade já para a pró­xima quinta-feira, dia 23.

A Frente Mi­li­tante de Tra­ba­lha­dores (PAME), o mo­vi­mento dos auto-em­pre­gados e pe­quenos co­mer­ci­antes (PA­SEVE), o mo­vi­mento dos pe­quenos e mé­dios agri­cul­tores (PASY) a Fe­de­ração das Mu­lheres (OGE) e a Frente Mi­li­tante de Es­tu­dantes (MAS) con­vo­caram para esse dia ma­ni­fes­ta­ções em todo o país contra os planos do go­verno de au­mentar os preços do com­bus­tível de aque­ci­mento, do IVA e das ta­rifas de elec­tri­ci­dade.

«Só através da luta por uma via com­ple­ta­mente di­fe­rente de de­sen­vol­vi­mento, pelo poder po­pular, os tra­ba­lha­dores, os auto-em­pre­gados e os agri­cul­tores po­bres po­derão as­se­gurar em­pregos es­tá­veis e per­ma­nentes, sa­lá­rios dignos, sa­tis­fazer as suas ne­ces­si­dades nu­tri­ci­o­nais, de saúde, de lazer e re­cre­ação, re­a­lizar a eman­ci­pação da mu­lher e os di­reitos da ju­ven­tude», afirmam as or­ga­ni­za­ções pro­mo­toras.


Bri­tâ­nicos em luta


Os sin­di­catos bri­tâ­nicos, reu­nidos no en­contro anual do Trades Union Con­gress (TUC), que hoje, quinta-feira, ter­mina em Man­chester, apro­varam, na se­gunda-feira, 13, a con­vo­cação de «greves co­or­de­nadas» lo­cais e na­ci­o­nais, para lutar contra o plano de aus­te­ri­dade do go­verno de con­ser­va­dores e li­be­rais, li­de­rado por David Ca­meron.

O se­cre­tário-geral do TUC, Brendan Barber, aler­tando para a gra­vi­dade das me­didas sem pre­ce­dentes, con­si­derou que «este não é um go­verno de co­li­gação mas um go­verno de de­mo­lição». Em causa está a ge­ne­ra­li­dade dos ser­viços pú­blicos, que será for­te­mente afec­tada pelos cortes or­ça­men­tais. Se­gundo es­ti­ma­tivas ofi­ciais, 600 mil fun­ci­o­ná­rios pú­blicos po­derão perder o seu em­prego.

 



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