Trabalhadores rejeitam rescisões

Luta justa na <i>Saint-Gobain</i>

A administração foi acusada de praticar «assédio moral» que está a provocar graves problemas de saúde a vários trabalhadores, acusou o plenário de anteontem, na fábrica em Santa Iria da Azóia, da Saint-Gobain Glass.

1.Destaque: O Governo deve evitar o fim da ex- Covina

Sem saberem qual será o seu futuro, os trabalhadores da Saint-Gobain revelaram, no plenário de segunda-feira, que a administração está a incorrer em situações de assédio moral que já provocaram dois casos de AVC e um problema cardíaco a três funcionários, revelou, através de um comunicado do mesmo dia, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira, da CGTP-IN.
Depois de terem sido confrontados com a intenção da administração de prolongar a suspensão dos contratos de trabalho (lay-off) e de, simultaneamente, efectuar uma reestruturação que prevê eliminar 50 empregos, o sindicato e a comissão sindical aguardavam a reunião agendada para ontem, com a administração, após a qual se realizaria um plenário para os trabalhadores tomarem decisões.
A vidreira contava com 125 trabalhadores efectivos. Destes, 35 aceitaram a rescisão e a 40 foram dadas garantias de continuidade na empresa. Os restantes 50, considerando-se prejudicados nos seus direitos, decidiram resistir.
Depois da vigília de dia 16, os trabalhadores da ex-Covina reafirmaram, num plenário, no dia 23, a intenção de «resistir em conjunto» às propostas de rescisão de contrato, e delegaram na comissão sindical poderes para adoptar as acções que considere convenientes para a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores e a continuação da laboração da única produtora nacional de vidro plano.
Com esse propósito, o sindicato da CGTP-IN anunciou ter solicitado uma nova ronda de contactos, com carácter de urgência, ao Governo, aos grupos parlamentares, à Comissão de Economia da Assembleia da República e à Autoridade para as Condições de Trabalho.
O lay-off foi decretado com o argumento da necessidade de reparar o alto forno, mas, depois da reparação, há duas semanas, a administração anunciou pretender avançar com uma reestruturação que não prevê a reactivação do forno e pretende despedir dezenas de trabalhadores, há décadas na empresa.

PCP presente e solidário

No dia 20, uma delegação sindical descolou-se à Assembleia da República no propósito de sensibilizar os grupos parlamentares para a intenção da Saint-Gobain de deslocalizar a produção, convertendo a fábrica num enorme armazém de vidro, como afirmou o membro da Comissão de Trabalhadores, Rui Braga.
Pelo Grupo Parlamentar do PCP, o deputado Miguel Tiago recordou que o Partido apresentou, na anterior legislatura, um projecto de lei que alterava o regime de lay-off «para impedir situações escandalosas como esta». A suspensão do trabalho e o fim da produção nesta empresa que obteve avultados apoios do Estado, significa «desviar dinheiro dos portugueses para as mãos da multinacional», considerou o deputado.


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