Greves dão mais força à luta por melhores salários
Recorreram à greve, nos últimos dias, trabalhadores da Águas e Resíduos da Madeira, da Nobre Alimentação, da Viroc e da Rauschert, com muito forte adesão e dispostos a prosseguir a luta por melhores salários.
Impõe-se uma valorização significativa da remuneração dos trabalhadores
Na segunda-feira, segundo dia de greve na Águas e Resíduos da Madeira, algumas dezenas de trabalhadores acompanharam dirigentes do SITE CSRA numa deslocação à sede da empresa, onde foi entregue a resolução aprovada na sexta-feira, 28 de Fevereiro, numa concentração junto da residência oficial do presidente do Governo Regional, durante o primeiro dia da paralisação.
A forte adesão à luta parou a laboração na Estação de Tratamento de Resíduos da Meia Serra e deixou várias outras unidades a funcionar em serviços mínimos.
Na resolução, ficou expressa a decisão de realizar outras acções de luta, caso continuem sem respostas da administração e do Governo Regional as exigências de aumento dos salários, progressão na carreira e negociação de outras reivindicações. Isso será tratado em próximos plenários, adiantou o sindicato da FIEQUIMETAL/CGTP-IN.
Pela negociação do caderno reivindicativo, os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, fizeram greve esta segunda-feira, dia 3 (a 18.ª greve, desde Fevereiro de 2023), e realizaram uma concentração no exterior da fábrica, marcando nova paralisação para 11 de Abril. Numa moção aprovada, citada pela agência Lusa, condena-se a precariedade dos vínculos laborais e exige-se uma contraproposta patronal ao caderno reivindicativo, em vez de propostas avulsas, insuficientes e rejeitadas pelos trabalhadores. Os direitos deverão ser consagrados num acordo de empresa.
Do grupo mexicano Sigma, dono da empresa, exige-se que assuma responsabilidades pelo facto de os trabalhadores em Portugal ganharem consideravelmente menos do que os que produzem de forma igual noutros países.
Um dirigente do SINTAB/CGTP-IN admitiu a realização de uma manifestação em Espanha, num encontro anual do grupo.
Com adesão praticamente total e a produção parada, fizeram greve, no dia 28 de Fevereiro, os trabalhadores da Viroc Portugal, em Setúbal. Como assinalou o Sindicato da Cerâmica, Cimentos e Construção do Sul (STCCMCS/CGTP-IN), «a determinação demonstrada nesta luta tem de ter consequências na valorização de todos os trabalhadores», com aumento significativo dos salários.
No turno das 16 horas, foi assumido o compromisso de participação na jornada agendada pela CGTP-IN para 5 de Abril, em Lisboa, informou o sindicato.
Junto dos trabalhadores em greve esteve uma delegação do PCP, que expressou solidariedade.
Também na sexta-feira, fizeram greve os trabalhadores da Rauschert Portuguesa, em Trajouce (Cascais). Rejeitando a posição patronal, que pretende adiar a negociação da revisão salarial anual, os trabalhadores e o STCCMCS exigem a valorização das profissões, da experiência e das competências, o aumento dos salários de todos a partir de 1 de Janeiro e o combate à precariedade, com passagem ao quadro de efectivos.
Para dar visibilidade à luta, um piquete permaneceu à entrada da empresa, desde manhã.
Numa concentração de trabalhadores do sector do vestuário, promovida pela FESETE/CGTP-IN, na sexta-feira, em frente à Twintex, na Aldeia de Joanes (Fundão), foi admitida a possibilidade de avançar para uma greve sectorial. O Sindicato dos Têxteis da Beira Interior explicou, numa nota sobre esta jornada, que o protesto junto da empresa que é dirigente da associação patronal ANIVEC foi «o primeiro passo de uma série de iniciativas», com que se procura romper o impasse nas negociações da revisão do contrato colectivo de trabalho.