Plenário de sindicatos traça objectivos imediatos da CGTP-IN
A CGTP-IN realizou, na quinta-feira, 13, um plenário nacional de sindicatos em Lisboa, onde analisou a actual situação política, económica e social e definiu a estratégia sindical a desenvolver nos próximos meses.
CGTP-IN convoca manifestações em Lisboa, Porto e Coimbra para 5 de Abril
No plenário, foi aprovada uma resolução, sob o lema «Reforçar a organização. Intensificar a luta. Mais salário e melhores pensões. Garantir direitos», na qual a Inter aponta que «o início do ano de 2025 revelou maiores dificuldades para os trabalhadores e as suas famílias, para os jovens os reformados e pensionistas».
Entre os principais problemas avançados, contam-se o agravamento dos custos com a habitação, a política de baixos salários e o aumento dos preços dos bens e serviços essenciais, que contrastam com a «escandalosa acumulação de lucro por parte do capital».
«O Governo PSD/CDS, apoiado pelo CH e IL, e que em matérias estruturais, como na aprovação do OE 2025, conta com o apoio do PS, abre caminho para aprofundar a política de direita, cumprindo os compromissos assumidos com o capital, subordinando o poder político ao poder económico», sublinha.
Dos vários ataques em curso, a central denuncia, particularmente a criação, pelo Executivo, de um grupo de trabalho para discutir a reforma da Segurança Social, «cuja composição está subjugada aos interesses das seguradoras e dos fundos de pensões privados, sendo bastante reveladora dos seus intentos».
«À boleia de uma falsa preocupação com a sustentabilidade da Segurança Social, aí estão, Governo e capital, a procurarem criar alarmismo e passar uma ideia de descrédito no sistema público de Segurança Social, com o objectivo, mais ou menos encapotado, de transferir as contribuições dos trabalhadores para os bolsos das seguradoras e fundos de pensões», aponta a CGTP-IN.
«Neste quadro», refere a Inter, «é fundamental esclarecer e mobilizar os trabalhadores para a defesa e reforço da Segurança Social pública, universal e solidária», bem como para combater outros ataques em curso pelo Governo, como o agravamento da legislação laboral.
Reforçar a organização
«A unidade e organização dos trabalhadores e o reforço dos seus sindicatos assumem», afirma a Inter, «uma importância central na defesa dos trabalhadores e do País, levando aos locais de trabalho a possibilidade de outro rumo, de outra distribuição da riqueza produzida, de um caminho de desenvolvimento e progresso».
Nesse sentido, o plenário convocou uma Jornada de Luta Nacional, no dia 5 de Abril, com manifestações em Lisboa, Porto e Coimbra, assim como uma Acção Geral de Intervenção e Luta, com a marcação, em todos os sectores e regiões, de várias acções.
Objectivos imediatos
«É urgente responder às reivindicações dos trabalhadores, para dar melhores condições de vida e de trabalho a quem produz a riqueza e garante os serviços públicos às populações, para garantir um futuro para o País», assinala a central.
Entre os objectivos imediatos, defendidos pela Inter, contam-se o aumento geral dos salários em pelo menos 15 por cento (num mínimo de 150 euros) e do Salário Mínimo Nacional para os 1000 euros. Além destes, destacam-se a revogação da caducidade da contratação colectiva e das demais normas gravosas da legislação laboral, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, o fim da desregulação dos horários, o combate à precariedade e o aumento das reformas e pensões (com garantia de reforma aos 65 anos, ou, sem penalizações, após 40 anos de descontos).
O plenário indicou ainda como objectivos a luta pela paz, pelo reforço do investimento em serviços públicos e pelo direito à habitação.