União Africana aponta ao desenvolvimento

A 38.ª Ci­meira da União Afri­cana (UA), reu­nida em Abis Abeba nos dias 15 e 16, as­sumiu a paz e a se­gu­rança como con­di­ções in­dis­pen­sá­veis para ma­te­ri­a­lizar as as­pi­ra­ções de de­sen­vol­vi­mento dos povos do con­ti­nente.

Paz e se­gu­rança são in­dis­pen­sá­veis para con­cre­tizar as­pi­ra­ções ao de­sen­vol­vi­mento

Sob o lema «Jus­tiça para os afri­canos e os afro­des­cen­dentes através de re­pa­ra­ções», a ci­meira apontou as in­jus­tiças his­tó­ricas in­fli­gidas aos povos afri­canos pelo co­lo­ni­a­lismo e re­clamou a cor­recção de ins­ti­tui­ções e po­lí­ticas que con­ti­nuam, hoje, a per­pe­tuar as de­si­gual­dades.

Para além da justa exi­gência da re­es­tru­tu­ração da dí­vida, foi de­nun­ciado o papel das agên­cias de cré­dito, que fre­quen­te­mente su­ba­va­liam o de­sem­penho das eco­no­mias afri­canas, agra­vando o seu en­di­vi­da­mento e pre­ju­di­cando o de­sen­vol­vi­mento da mai­oria dos países, tendo sido de­fen­dida a cri­ação de uma Agência de Clas­si­fi­cação de Cré­dito de África.

Apesar de deter 30% das re­servas mi­ne­rais do mundo, África re­pre­senta menos de 3% do co­mércio in­ter­na­ci­onal e apenas 1% da pro­dução in­dus­trial mun­dial. Co­locar os re­cursos do con­ti­nente em pri­meiro lugar ao ser­viço dos seus povos – ao invés de serem ex­por­tados em bruto e, pos­te­ri­or­mente, reim­por­tados a preços mais ele­vados – foi uma pre­o­cu­pação ex­pressa na ca­pital da Etiópia.
Os de­bates da ci­meira cen­traram-se ainda nos avanços da im­ple­men­tação da «Área de Livre Co­mércio Con­ti­nental Afri­cana», na pre­sença da UA no G20 e no com­bate às al­te­ra­ções cli­má­ticas. Con­cen­traram-se também nos con­flitos que se travam no con­ti­nente, desde logo no Sudão (que já pro­vocou de­zenas de mi­lhares de mortos e forçou 11 mi­lhões a dei­xarem as suas casas) e na Re­pú­blica De­mo­crá­tica do Congo.

Os países par­ti­ci­pantes ele­geram di­versos ór­gãos, in­cluindo o novo pre­si­dente da Co­missão da UA, Maha­moud Ali Yous­souf, até agora mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros do Dji­buti. Subs­ti­tuiu o cha­diano Moussa Faki Mahamat, no cargo ao longo dos úl­timos oito anos.

An­gola as­sumiu pela pri­meira vez a pre­si­dência ro­ta­tiva da UA, su­ce­dendo à Mau­ri­tânia.

 



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