Persiste o criminoso bloqueio dos EUA contra Cuba

Depois de, dia 14, ter sido retirada pela anterior administração dos EUA da arbitrária lista norte-americana de países ditos «patrocinadores do terrorismo», Cuba voltou a ser incluída por decreto de Donald Trump. Para Miguel Diaz-Canel, a medida visa «reforçar a cruel guerra económica contra Cuba com fins de dominação».

Continuam de pé as medidas para asfixiar a economia cubana

«O Presidente Trump, num acto de arrogância e desprezo pela verdade, acaba de restabelecer a fraudulenta designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo», reagiu o Chefe de Estado cubano, e Primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba, na segunda-feira, 20, após ter sido conhecida a assinatura do decreto por Donald Trump (ver página 22). Diaz-Canel lembrou que os resultados das «medidas extremas de cerco económico impostas por Trump foram o de provocar carências no nosso povo e um aumento significativo do fluxo migratório para os EUA». Este acto, acrescentou, confirma o descrédito dos «mecanismos unilaterais de coerção do governo norte-americano».

Dias antes, saudando a retirada de Cuba dessa mesma lista, pela anterior administração, o presidente cubano lembrava que o bloqueio permanecia intacto. Juntamente com outras medidas, a inclusão na lista «teve um alto custo para o país e as famílias cubanas», salientou, acrescentando que o bloqueio «continua de pé», assim como a «maioria das medidas extremas que entraram em vigor desde 2017 para asfixiar a economia cubana e provocar carências ao nosso povo».

O chefe de Estado cubano assegurou ainda que o país continuará a enfrentar e denunciar a guerra económica e as acções de ingerência, desinformação e descrédito financiadas por fundos federais norte-americanos, garantindo que ao mesmo tempo, não renunciará a «desenvolver com os EUA uma relação civilizada e de respeito pela nossa soberania».

«Solidariedade com Cuba! Acabar com o bloqueio!»
Em nota divulgada no dia 14, o PCP considerou que a decisão da administração Biden de retirar Cuba da arbitrária lista dos EUA de ditos «países patrocinadores do terrorismo», quatro anos após a sua inclusão pela administração Trump, resultou, antes de mais, da justa e persistente luta do povo cubano em defesa da sua soberania e direitos, assim como do reiterado posicionamento de diversos países e da acção do movimento de solidariedade com Cuba.

No entanto, o Partido salientou que permanecia a aplicação do bloqueio económico, comercial e financeiro e do conjunto de medidas que visam o seu reforço – nomeadamente no plano energético, da saúde, dos transportes, comercial e financeiro, entre outros –, que atingem a economia e as condições de vida do povo cubano.

O PCP sublinhou ainda que se torna «necessário reforçar a exigência do fim do criminoso e ilegal bloqueio, assim como de todas as outras medidas coercivas e com efeito extraterritorial impostas pelos EUA a Cuba, em violação dos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional».

Reafirmando a «condenação da acção de ingerência, desestabilização e agressão promovida pelos EUA contra Cuba», o PCP apelou ao desenvolvimento da solidariedade com o povo cubano que, como todos os povos do mundo, «tem o direito a decidir soberanamente o seu caminho de desenvolvimento e de progresso social».

Também a CGTP-IN, a Associação de Amizade Portugal-Cuba (AAPC) e o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) divulgaram comunicados exigindo o fim do bloqueio imposto pelos EUA e expressando solidariedade com Cuba.

 



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