Pré-triagem não resolve o problema no SNS

O Mo­vi­mento de Utentes dos Ser­viços Pú­blicos (MUSP) la­menta que aos tempos de es­pera nos di­versos ser­viços de ur­gência o Go­verno tenha de­ci­dido acres­centar uma pré-tri­agem, obri­ga­tória, por te­le­fone, para a Linha de Saúde 24.

MUSP acusa Go­verno de hi­po­crisia po­lí­tica

O único «efeito prá­tico» desta me­dida foi o de atrasar, ainda mais, as in­ter­ven­ções mé­dicas, mesmo nos casos mais ur­gentes, já que os hos­pi­tais, os utentes, apesar dessa tri­agem, con­ti­nuam a estar su­jeitos a longas horas de es­pera.

«O Mi­nis­tério da Saúde sabe per­fei­ta­mente, tão bem quanto todos nós, utentes, que as longas filas de es­pera re­sultam da falta de pro­fis­si­o­nais, de con­di­ções para os fixar e atrair para o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS). Ainda assim opta, por hi­po­crisia po­lí­tica, por in­ventar um novo pro­ce­di­mento me­ra­mente bu­ro­crá­tico, cri­ando mais uma nova bar­reira, atra­sando o acto mé­dico», acusa o MUSP, em nota de im­prensa.

A um «pro­blema sério» que exigia «me­didas sé­rias e pro­fundas, de­sig­na­da­mente mais in­ves­ti­mento no SNS, nos seus pro­fis­si­o­nais, fi­xando-os e atraindo-os para o SNS, através da va­lo­ri­zação das suas car­reiras, tor­nando-as mais atrac­tivas, ape­tre­chando hos­pi­tais e cen­tros de saúde com mais e mo­dernos equi­pa­mentos, de­sig­na­da­mente de di­ag­nós­tico», o Go­verno «res­ponde com uma me­dida bu­ro­crá­tica: con­trata um call center para a saúde», la­mentam os utentes.

Os «en­traves» no acesso dos utentes ao SNS pros­segue através do lan­ça­mento de «con­cursos para in­gresso dos pro­fis­si­o­nais de saúde, mas man­tendo as baixas con­di­ções de tra­balho». Desta forma, o Exe­cu­tivo PSD/​CDS «pro­cura culpar utentes e pro­fis­si­o­nais de saúde pelas di­fi­cul­dades no acesso ao SNS», mas o seu pro­blema é com«o pró­prio SNS», con­si­dera o MUSP, para quem «triar o acesso à saúde através de uma cha­mada te­le­fó­nica, de­su­ma­niza um ser­viço e afasta o utente do pro­fis­si­onal de saúde».

Por fim, os utentes dizem que o Go­verno, con­tra­ri­ando a Cons­ti­tuição da Re­pu­blica Por­tu­guesa, pro­cura cum­prir uma agenda po­lí­tica que be­ne­ficia as em­presas de saúde pri­vadas, em vez de servir a po­pu­lação pro­cu­rando for­ta­lecer um ser­viço de saúde que be­ne­ficie todos os por­tu­gueses in­de­pen­den­te­mente da sua con­dição eco­nó­mica.

 



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