Fracassa golpe na Coreia do Sul - oposição visa destituir o presidente

Na Coreia do Sul, no quadro da crise política que o país vive, o Partido Democrático (PD), com maioria no parlamento, vai apresentar no sábado, 12, uma segunda moção visando destituir o presidente da República, Yoon Suk-yeol.

O chefe do Estado sul-coreano escapou há dias a uma primeira tentativa de destituição porque os deputados que o apoiam, do Partido do Poder Popular (PPP), de direita, boicotaram a sessão parlamentar e impediram a votação por falta de quórum.

No passado dia 3, Yoon proclamou a lei marcial no país, o que implicava o fecho do parlamento, a proibição da actividade política e a censura à imprensa. Perante a oposição da maioria dos deputados e os amplos protestos populares, foi forçado a revogar a imposição da lei marcial seis horas depois. No golpe contou com o apoio do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que mais tarde se demitiu.

«Yoon, o principal culpado por trás da rebelião e do golpe militar que destruiu a ordem constitucional da Coreia do Sul, deve renunciar imediatamente ou sujeitar-se à destituição sem demora», afirmou Lee Jae-myung, líder do PD. Do seu lado, o dirigente do PPP, Han Dong-hoon, anunciou ter acordado com o presidente a “promessa” de que se retiraria para deixar a governação do país ao seu partido e ao primeiro-ministro.

Tal “acordo” foi imediatamente denunciado pelo presidente do parlamento, Won Woo-shik, que considerou ser «o exercício conjunto da autoridade presidencial pelo primeiro-ministro e pelo partido no poder uma clara violação da Constituição».

Yoon Suk-yeol sucedeu em 2022 a Moon Jae-in, que promoveu uma política de desanuviamento das relações entre a República da Coreia e a República Popular Democrática da Coreia (RPDC), sendo o terceiro presidente sul-coreano a encontrar-se com o congénere norte-coreano.

Ao contrário do seu antecessor, Yoon elevou a confrontação com a RPDC e a República Popular da China e intensificou as relações militares com os EUA. Recorde-se que na Coreia do Sul estão destacados 30 mil militares norte-americanos – que faz deste país um dos três com mais tropas dos EUA permanentemente estacionadas, juntamente com Alemanha e Japão, onde se encontram actualmente 54 mil militares norte-americanos.

 



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