A situação no Médio Oriente preencheu parte considerável da agenda, não só da reunião do Comité Executivo do CMP, como de uma sessão especial que lhe foi dedicada. Em ambas denunciou-se os bárbaros crimes de Israel e, entre eles, o assassinato de milhares de crianças (um terço do total de vítimas mortais) e a utilização da fome como arma de guerra. A cumplicidade dos EUA e de outras potências imperialistas não foi esquecida, ao mesmo tempo que se sublinhou o apoio à iniciativa da África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça para que Israel seja julgado pelo crime de genocídio.

Sobre o conflito no Leste da Europa alertou-se para os riscos de escalada, que podem conduzir a uma guerra de dimensão global e de consequências dramáticas. Para o CMP, esta guerra não começou em 2022, as suas causas remontam ao golpe de Estado de 2014, apoiado pela NATO e pela UE, e aos ataques que se lhe seguiram contra a população do Donbass. Foi igualmente salientado o papel da NATO, tanto na causa do conflito, com o seu constante alargamento, como no prosseguimento deste, assim como foi criticada a adesão da Finlândia e da Suécia a este bloco político-militar agressivo e denunciado o plano de colocar 300 mil militares junto às fronteiras da Rússia. Exigindo uma desescalada do conflito, o fim das hostilidades e uma solução política negociada, o Comité Executivo do CMP decidiu prosseguir a sua campanha «Sim à Paz, Não à NATO» e preparar a contestação à cimeira deste bloco político-militar do próximo ano, nos Países Baixos.

A solidariedade com Cuba, Venezuela, Nicarágua e Sara Ocidental também estiveram na agenda. Estes e outros assuntos constavam em diversas moções, aprovadas pelas organizações presentes.

A reunião foi aberta pelo representante do Conselho da Paz e Solidariedade do Nepal e pelo Presidente do CMP, a que se seguiram os relatórios do Secretário-Geral, do Secretário Executivo e dos coordenadores das diferentes regiões. O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) participou na reunião e, enquanto coordenadoar do CMP para a Europa, apresentou o relatório desta região. Nele salienta-se que a actual situação internacional é marcada pela política de confrontação do imperialismo que não só está a provocar milhares de vítimas, como degradou as condições de vida dos povos do continente, evidenciando que os EUA e a NATO são a principal ameaça à paz e à segurança internacional, reafirmou.

O CPPC partilhou ainda informação sobre o seu trabalho em Portugal, nomeadamente o contributo para dinamizar a solidariedade com o povo palestiniano e com outros povos que resistem em defesa dos seus direitos e soberania, e a luta pela paz, seja na Europa, no Médio Oriente ou no mundo.