Donald Trump vence presidenciais nos EUA

O ex-pre­si­dente norte-ame­ri­cano (2017-2021) Do­nald Trump, apoiado pelo Par­tido Re­pu­bli­cano, foi eleito pre­si­dente dos EUA, der­ro­tando nas elei­ções de 5 de No­vembro a can­di­data do Par­tido De­mo­crata e ac­tual vice-pre­si­dente, Ka­mala Harris.

Re­pu­bli­canos con­quistam mai­oria nas duas câ­maras do Con­gresso

A posse do pre­si­dente dos EUA, para um novo man­dato de quatro anos, re­a­liza-se em Washington a 20 de Ja­neiro de 2025. Com ele será em­pos­sado o vice-pre­si­dente, James Vance. Con­tra­ri­ando as son­da­gens, que apon­tavam para uma eleição re­nhida, o mag­nata al­cançou uma con­for­tável mai­oria de grandes elei­tores do Co­légio Elei­toral – 312 contra 226 de Harris. Os re­pu­bli­canos con­se­guiram ainda a mai­oria no Se­nado e na Câ­mara dos Re­pre­sen­tantes.

Na vo­tação di­recta dos elei­tores, Trump também venceu, mas em re­lação a 2020 ob­teve menos votos: 74,2 mi­lhões então e menos de 72 mi­lhões (51 por cento) agora. Quanto aos de­mo­cratas, per­deram ainda mais votos: Harris não passou nesta eleição de 67 mi­lhões (47,5 por cento), quando há quatro anos Biden re­cebeu 81,2 mi­lhões.

Atrás dos can­di­datos dos par­tidos Re­pu­bli­cano e De­mo­crata, ficou Jill Stein, do Par­tido Verde, com 627 mil votos (0,4 por cento).

Uma co­li­gação de grupos so­li­dá­rios e mo­vi­mentos so­ciais está a or­ga­nizar uma con­cen­tração po­pular em Washington, a 20 de Ja­neiro, dia da posse de Trump como 47.º pre­si­dente dos EUA. É es­pe­rada a par­ti­ci­pação de pes­soas de todo o país «para exigir um fu­turo que pri­o­rize as ne­ces­si­dades do povo acima dos in­te­resses da elite en­di­nhei­rada».

A con­vo­ca­tória, di­vul­gada pelo The Pe­o­ple’s Forum, en­fa­tiza que os ma­ni­fes­tantes ele­varão as suas vozes «em de­fesa dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, dos di­reitos dos imi­grantes e da jus­tiça am­bi­ental». Além disso, exi­girão «o fim do ge­no­cídio em Gaza, da má­quina de guerra norte-ame­ri­cana e do go­verno de mul­ti­mi­li­o­ná­rios».

Ex­pressão de crise
O PCP re­agiu aos re­sul­tados das elei­ções norte-ame­ri­canas através de uma nota do seu Ga­bi­nete de Im­prensa, di­vul­gada no dia 6. Nela sa­li­enta o «de­gra­dante es­pec­tá­culo da cam­panha elei­toral, assim como o ca­rácter opaco e an­ti­de­mo­crá­tico do sis­tema elei­toral» norte-ame­ri­cano», onde se mul­ti­plicam «me­ca­nismos e ma­no­bras que visam sub­verter a ex­pressão da von­tade po­pular, desde logo, o con­trolo a partir do fi­nan­ci­a­mento das cam­pa­nhas pelos grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros, in­cluindo os do sector do ar­ma­mento».

Quanto à eleição de Do­nald Trump, ela ex­pressa uma «acen­tuada crise eco­nó­mica e so­cial, com a de­te­ri­o­ração das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores, do des­cré­dito das elites do­mi­nantes e da de­si­lusão por parte de largos sec­tores da po­pu­lação re­la­ti­va­mente à Ad­mi­nis­tração Biden, que de­fraudou a von­tade e a ex­pec­ta­tiva de uma efec­tiva mu­dança de po­lí­tica no plano in­terno e ex­terno»: o apoio à po­lí­tica ge­no­cida de Is­rael contra o povo pa­les­ti­niano ou a pro­moção de uma pe­ri­gosa es­ca­lada de con­fron­tação no plano mun­dial são apenas dois exem­plos.

O PCP cons­tata ainda a «subs­tan­cial iden­ti­fi­cação em ques­tões fun­da­men­tais entre De­mo­cratas e Re­pu­bli­canos», o que não in­va­lida a exis­tência de «ex­plí­citas di­fe­renças, e mesmo cli­va­gens, no seio da classe do­mi­nante norte-ame­ri­cana, no­me­a­da­mente quanto a me­didas de po­lí­tica in­terna e à forma de con­tra­riar o de­clínio re­la­tivo dos EUA». Ora, a eleição de Do­nald Trump, «com a sua agenda pro­fun­da­mente re­ac­ci­o­nária, não só re­pre­senta a con­ti­nu­ação e apro­fun­da­mento da po­lí­tica ao ser­viço dos in­te­resses do ca­pital fi­nan­ceiro, como da es­tra­tégia de con­fron­tação, in­ge­rência e agressão que visa impor o do­mínio do im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano no plano mun­dial».

O Par­tido re­a­firma ainda a sua so­li­da­ri­e­dade aos co­mu­nistas, às forças e sec­tores pro­gres­sistas dos EUA e sa­li­enta que, «ao con­trário do que su­gere a ge­ne­ra­li­dade da co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante, não serão os EUA, qual­quer que seja o seu pre­si­dente, mas a luta dos tra­ba­lha­dores e dos povos pelo pro­gresso so­cial e a paz, que em de­fi­ni­tivo de­ter­mi­narão o rumo da evo­lução mun­dial».

 



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