Cuba enfrenta furacões com “heroísmo colectivo”
Cuba foi atingida em menos de um mês por dois furacões, que provocaram elevados estragos materiais, sobretudo no sistema eléctrico, na agricultura, nas habitações. A população responde com «heroísmo colectivo» trabalhando para ultrapassar a situação complexa no país, em virtude do incremento do cruel bloqueio imposto pelos EUA.
Rússia vai ajudar Cuba com 80 mil toneladas de petróleo e equipamento para o sector da energia, no montante de 82 milhões de dólares
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, e o Conselho de Defesa Nacional (CDN) estão a dirigir os trabalhos de recuperação dos estragos causados pela passagem do furacão “Rafael” na parte ocidental de Cuba. «São apreciáveis os avanços registados, mas há ainda muito por fazer. Não pararemos até recuperarmos totalmente», afirmou o chefe do Estado.
O restabelecimento da electricidade e das comunicações, o abastecimento de água e o saneamento constituem os objectivos principais dos trabalhos. Foi dada prioridade a Artemisa, com forças humanas e recursos, por tratar-se do território mais afectado.
Acompanhado por responsáveis do CDN, Díaz-Canel conversou com as principais autoridades dessa província ocidental, para se actualizar sobre o andamento dos trabalhos. Instou a trabalhar de forma organizada e efectiva para o regresso à normalidade nos territórios ocidentais atingidos pelo furacão, que provocou enormes perdas materiais.
Em Artemisa e na vizinha província de Mayabeque, após a passagem do furacão, há agora um «furacão de trabalho», comentou o presidente, que avaliou no terreno os danos na agricultura, nas habitações, na infra-estrutura hospitalar e no sistema eléctrico. Antes, qualificou de «heroísmo colectivo» a atitude de mulheres e homens que continuam a enfrentar a adversidade sem dar tréguas. «Vi-os em Guantánamo (no Oriente, depois do ciclone Óscar) e agora reencontro-os em Havana, Mayabeque e Artemisa, dando tudo para levantar o país», destacou.
Logo após a passagem do furacão, o governo de Cuba deslocou contingentes de electricistas e outros técnicos do sector eléctrico para Camaguey, Holguín, Las Tunas e Granma com o propósito de apoiar os trabalhos de recuperação em todos os territórios afectados.
Cuba foi também afectada pelo furacão “Óscar”, que tocou a terra na madrugada de 21 de Outubro, nas proximidades de Baracoa, na província de Guantánamo, com ventos de cerca de 130 quilómetros à hora, segundo dados do Instituto Cubano de Meteorologia. Por sua parte, o furacão Rafael atingiu o Ocidente de Cuba, no dia 5 de Novembro, com ventos superiores a 100 quilómetros à hora.
Ajuda solidária a Cuba
O vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Chernyschenko, revelou em Havana que a Rússia vai enviar a Cuba 80 mil toneladas de petróleo, equipamentos no montante de 62 milhões de dólares e peças para a reparação de equipamentos afectados, para ajudar Cuba a superar a actual emergência energética.
A Venezuela enviou 300 toneladas de ajuda humanitária. A China, o México, a Colômbia, países caribenhos e cubanos residentes no estrangeiro estão a apoiar os esforços governamentais cubanos para estabilizar o Serviço Eléctrico Nacional e reparar os estragos causados pelos furacões “Óscar” e “Rafael”.
Por outro lado, Cuba agradeceu o apoio enviado por diversas organizações internacionais para minorar os estragos ocasionados pelo furacão em municípios da província de Guantánamo, situada a 950 quilómetros de Havana. A ajuda, avaliada em 600 mil dólares, supõe o envio de quase 100 toneladas de produtos essenciais por via aérea até Santiago de Cuba, também no Oriente.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, revelou, entretanto, que chegou a Havana, nos últimos 10 dias, um donativo de 100 geradores eléctricos, enviado pela organização Peoples Forum NYC, num gesto solidário do povo norte-americano. Irão beneficiar hospitais, policlínicas e outras instituições de serviço público de Guantánamo, Artemisa, Mayabeque e Havana.