Estudantes em luta no dia 9 contra o aumento da propina
Os estudantes do Ensino Superior (ES)sairão à rua, no dia 9, pelas 17h30, concentrando-se à frente da sede do Governo, contra o possível descongelamento e aumentodo valor da propina.
Tal como no dia 9, estudantes prometem sair à rua até serem «colocados no centro da discussão»
Em comunicado de dia 30 da AEFCSH, já subscrito por outras oito associações de estudantes (AE), é referido que, contra o nítido projecto de «privatização e elitização do ES, e de promoção do subfinanciamento público das suas instituições, é preciso ser dada resposta na rua». Em causa, afirmam as AE, estão problemas estruturais que se arrastam há já largos anos no ES (como falta de alojamento, propinas ou insuficiências na Acção Social), mas, também, as recentes notícias de um possível descongelamento do tecto máximo da propina de licenciatura, e o seu consequente aumento.
Estes problemas, notam, não sendo de agora, têm vindo a ser combatidos com «anos e anos de insistência da parte dos estudantes e do Movimento Associativo Estudantil que os representa», em luta contra uma descarada «tentativa de transformar em mercadoria» o Ensino Superior de Abril previsto na Constituição.
«Numa altura em que se discute o Orçamento de Estado (OE)», referem,«os estudantes exigem que sejam tomadas em conta as suas necessidades e anseios, que são também as necessidades do País».
As AE concluem, ainda, que o caudal da luta estudantil não começou nem terminará aqui, afirmando que «até à votação do OE, as estruturas associativas e os estudantes continuarão a sair à rua, por todo o País, até serem ouvidos e colocados no centro da discussão».
Palavras do ministro
Também no dia 30, a AEFLUL divulgou uma nota de imprensa onde reageàs declarações do ministro da Educação em sede de Encontro Nacional de Direcções Associativas, que reuniu, este fim-de-semana, centenas de dirigentes de AE.
Quando questionado se a propina, face às recentes notícias, vai ou não aumentar, o governante, afirma a AEFLUL, «começou por negar que a propina é um factor de exclusão, apesar de várias evidências em contrário», dizendo, de seguida «que é “a favor da autonomia das instituições de ES”, que mais não significa do que ser partidário da ideia de que o Estado não deve ter um papel activo no financiamento do ES».
«Quando finalmente respondeu à pergunta que lhe foi colocada», confirma a AEFLUL, «o ministro afirmou que olha para as propinas “como modelo de financiamento”» e que não defende o congelamento das mesmas, declarações consideradas graves e objecto de repúdio por esta estrutura associativa.
A AEFLUL destaca, ainda, que, «após quatro meses da entrega de uma Carta Aberta» ao Ministério da Educação, que ainda não tinha tido resposta, as AE subscritoras voltaram a entregá-la, desta vez em mãos, ao ministro, que, por isso, «não se poderá escudar em desconhecimento».