Deputados de 73 países reiteram apoio a Cuba
Parlamentares de dezenas de países exigiram aos EUA a retirada de Cuba da lista de alegados «patrocinadores do terrorismo», elaborada unilateralmente por Washington. A exigência surge poucos dias depois de 35 ex-presidentes terem também pedido a retirada de Cuba da lista.
600 parlamentares de 73 países exigem retirada de Cuba da lista de «patrocinadores do terrorismo» elaborada pelos EUA
Cerca de 600 parlamentares de 73 países exigiram que Cuba seja excluída da lista espúria de países patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado norte-americano. Os legisladores, numa carta divulgada no dia 20, apelaram aos seus governos que tomem medidas imediatas para advogar pela saída do país dessa lista unilateral.
Cuba foi eliminada da lista em 2015, durante a administração do ex-presidente Barak Obama, e foi incluída novamente em 2021, nos últimos dias da presidência de Donald Trump, como acto final da sua guerra económica contra a ilha. Como candidato, Joseph Biden prometeu restaurar a relação diplomática estabelecida pelo seu antecessor democrata, mas que, como presidente, negou-se a fazê-lo.
Além do país caribenho, fazem parte da lista ilegítima a Síria (desde 1979), o Irão (desde 1984) e a República Popular Democrática da Coreia (desde 2017).
Os parlamentares subscritores da carta asseguram que Cuba deve ser retirada da lista em nome da dignidade, da decência e da integridade da Carta das Nações Unidas. Consideram que a sanção «é cínica e cruel e uma clara violação do direito internacional».
Segundo peritos da ONU, a inclusão da ilha debilitou «os direitos humanos fundamentais, incluindo o direito à alimentação, o direito à saúde, o direito à educação, os direitos económicos e sociais, o direito à vida e o direito ao desenvolvimento».
A carta dos deputados surge depois de, em meados deste mês, um grupo de 35 ex-presidentes da América Latina e Caraíbas, Europa, África e Ásia – numa iniciativa divulgada pelo ex-chefe do Estado da Colômbia Ernesto Samper – terem solicitado ao governo dos EUA a eliminação de Cuba da lista arbitrária de países que supostamente patrocinam o terrorismo.