China e África reforçam laços económicos e comerciais
O presidente da China anunciou um apoio financeiro avaliado em 360 mil milhões de yuanes (aproximadamente 51 mil milhões de dólares) destinado a implementar nos próximos anos medidas de modernização em África.
China e países africanos vão elevar as suas relações para o nível de associação estratégica
«A China vai oferecer a África uma assistência alimentar de emergência calculada em mil milhões de yuanes (mais de 140 milhões de dólares), construir 6670 hectares de áreas agrícolas experimentais, enviar 500 peritos agrícolas e estabelecer uma aliança de inovação científica e tecnológica em agricultura», revelou Xi Jinping.
No seu discurso de abertura da cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC 2024), que decorreu em Pequim, entre os dias 4 e 6, com a participação de dezenas de dirigentes africanos, Xi anunciou ainda a decisão de conceder o tratamento de «taxas aduaneiras zero» para 100 por cento das tarifas alfandegárias a todos os países menos desenvolvidos que tenham relações diplomáticas com a China, incluindo 33 Estados de África.
A nona edição do FOCAC – que colocou o foco na ampliação e modernização das relações bilaterais chinesas-africanas – acolheu este ano, pela primeira vez, quatro reuniões paralelas de alto nível sobre «Governação e administração», «Industrialização e modernização agrícola», «Paz e segurança» e «Construção de alta qualidade da iniciativa A Faixa e a Rota».
África enaltece vínculos com China
O chefe do Estado da Mauritânia, Mohamed Ould Cheikh, na qualidade de presidente anual da União Africana, afirmou que a cooperação China-África é um exemplo dos sólidos vínculos Sul-Sul.
Intervindo na inauguração da FOCAC, o dirigente africano assegurou que essa plataforma abriu novos caminhos para fomentar a colaboração e o desenvolvimento acelerado de ambas as partes. Elogiou a decisão conjunta de elevar as relações entre Pequim e os países africanos a uma associação estratégica. Comentou que o volume do comércio bilateral em 2023 atingiu um recorde de 282 mil milhões de dólares, o que evidencia a cooperação e os investimentos da China em África e na implementação da Iniciativa A Faixa e A Rota. «A África tem uma necessidade urgente de infra-estrutura no momento em que promovemos a integração económica», realçou.
Ould Cheikh agradeceu à China o apoio ao progresso diversificado do continente e advogou implementar um desenvolvimento sustentável de forma integral, trabalhar juntos pela paz e segurança e por uma ordem internacional mais justa e equilibrada para que todos possam beneficiar dos ganhos alcançados. Além disso, apelou a que se eleve mais a voz do continente nos fóruns multilaterais «de modo a que as nossas agendas e preocupações sejam atendidas».
Por sua parte, o presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, na sua qualidade de co-presidente da Focac, elogiou o papel da plataforma em favor dos benefícios mútuos, da solidariedade e dos valores comuns.
Em sua opinião, as medidas de cooperação entre as duas regiões reflectem a firme determinação de impulsionar os vínculos bilaterais a um novo nível. «Desde 2020, a Focac converteu-se num exemplo de associação», considerou, acrescentando que isso é importante, especialmente no actual contexto internacional complexo.
Diomaye Faye agradeceu o apoio de Pequim nas áreas da criação de infra-estruturas e da agricultura, da saúde e de outros projectos estratégicos. «Durante a pandemia de COVID-19, a China foi o primeiro país a oferecer a África materiais para enfrentar a enfermidade», disse, recordando que Pequim ajudou a construir a sede do Centro de Controlo e Combate de Doenças em África.