Basta ir à Internet

Filipe Diniz

O PSD foi buscar Maria Luís Albuquerque aos arquivos da troika para a propor a comissária na UE. Ninguém poderá esquecer a sinistra parceria que fez com Vítor Gaspar.

A esse propósito, surgiu a curiosidade de averiguar por onde andam figuras desse penoso ciclo “austeritário” e anti-popular, que está longe de estar arrumado. Para simplificar, dos governos Sócrates e Passos-Portas. Do que é público, coisas elucidativas – mas não necessariamente novas – dos convergentes trajectos de personagens mais semelhantes do que desejariam parecer. Uns passando por potentados económicos (EDP, Banif, Mota Engil, Portugal Telecom, etc.). Outros (e alguns dos mesmos) “comentadores” nos grandes mídia. Encenam aí a “divergência” que, entre os seus governos, disfarçava substancial convergência política e ideológica. No geral, transitam a “porta giratória” entre cargos públicos e interesses privados, coisa que colocou alguns a contas com a justiça.

E surgem também fios de uma outra rede. Visíveis sobretudo entre os que ocuparam cargos nos Negócios Estrangeiros e na Defesa, vão muito mais longe do que apenas os governos referidos. Fios que ligam quadros do dito “bloco central”, instituições académicas (que especial papel desempenhará a Universidade de Georgetown, por exemplo?) e outras dos EUA, entidades que vão da FLAD à Fundação Francisco Manuel dos Santos. Teia assente em PS e PSD, inclui gente do CDS e agora da IL. As posições públicas que assumem, sobretudo em matéria internacional, reproduzem fielmente as dos EUA (os do PS são particularmente assertivos). Foi assim que, uns atrás dos outros, estiveram nos Negócios Estrangeiros e na Defesa. Será precisamente por ser especificamente comandada de fora que tem havido tão estrita continuidade nessa parcela da política de direita, que afronta a Constituição.

O seu núcleo é bastante identificável. Basta ir à Internet.

 



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