Enfermeiros prosseguem greves nas regiões

Após a forte greve de dia 2, os enfermeiros do SNS e o SEP/CGTP-IN avançam com greves e protestos públicos, de forma descentralizada, pela valorização da profissão e melhoria das condições laborais.

A acção do Governo contraria a retórica deste e dos partidos que o compõem

Para hoje, dia 14, está marcada greve na Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo, das 12 às 16 horas. Em frente ao Hospital José Maria Grande, em Portalegre, tem lugar uma concentração, pelas 12h30.

Ontem, enfermeiros da ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro concentraram-se, ao final da manhã, junto da entrada principal do Hospital de Vila Real.

Na sexta-feira, dia 16, nos turnos da manhã e da tarde, fazem greve os enfermeiros da ULS Médio Tejo.

Na ULS do Algarve, a greve ocorre nos dias 22 (hospitais, SUB, CMR Sul e Convalescença) e 23 (Cuidados de Saúde Primários).

As primeiras acções, deste mês de luta dos enfermeiros, tiveram lugar no dia 5 (concentração no Hospital da Guarda) e no dia 6 (greve na ULS de Viseu Dão-Lafões, no turno da manhã, e concentração frente ao Hospital de Viseu).

No dia 9, sexta-feira, houve greve no Hospital Prisional de São João de Deus, em Caxias, das 10 às 13 horas, reforçando exigências apresentadas à direcção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, como a actualização do suplemento de risco.

Também nesse dia, fizeram greve os enfermeiros da ULS do Alentejo Central, das 12 às 16 horas, concentrando-se no principal acesso do Hospital de Évora.

 

Sem soluções

«Passados mais de 100 dias da tomada de posse, e apesar da insistência do SEP (Caderno Reivindicativo, cartas, reuniões), o Governo não resolveu um único dos problemas mais prementes com que os enfermeiros estão confrontados», afirma o sindicato, ao explicar os motivos do prosseguimento da luta.

O Ministério da Saúde, recorda o SEP, «propõe uma alteração à grelha salarial inaceitável, que discrimina os enfermeiros e que contraria a retórica do Programa do Governo e dos partidos que o compõem sobre a necessidade de valorização dos enfermeiros». Por outro lado, o Governo não avança «nada sobre os outros aspectos que urge alterar na carreira (aposentação mais cedo, compensação do trabalho por turnos, resolução de injustiças decorrentes da transição)», afirma-se nas notas de imprensa do SEP, sobre as iniciativas no Alentejo.

Como exigências de âmbito nacional, para valorizar a profissão e melhorar as condições de trabalho e as capacidades do Serviço Nacional de Saúde, surgem: a valorização efectiva da grelha salarial (sem discriminações decorrentes do posicionamento em categorias); o pagamento dos retroactivos, desde 2018, com resolução de todas as injustiças relativas, resultantes da contagem de pontos, na transição e evolução na carreira; a compensação do Risco e Penosidade, começando por mudar os critérios para a aposentação; o pagamento de milhares de horas em dívida, relativas a dias de folga e feriados trabalhados; a admissão de enfermeiros, a par da efectivação dos que estão com vínculos precários.

Nas acções descentralizadas, merecem também realce problemas que as administrações deveriam solucionar, como o sindicato e os enfermeiros têm insistentemente reclamado.



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