A paz e a soberania irão prevalecer
O presidente eleito Nicolás Maduro afirmou que venceu a paz e garantiu que ela vai prevalecer, assim como a democracia, a soberania e o respeito pela Constituição da República Bolivariana da Venezuela.
A Venezuela tem leis e instituições para solucionar os seus problemas, sem a ingerência externa
Perante uma enorme manifestação popular junto ao Palácio de Miraflores, sede da presidência, Nicolás Maduro, que venceu as eleições presidenciais de 28 de Julho, reafirmou que prevalecerá a justiça na Venezuela.
Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se no sábado, 3, nas principais avenidas de Caracas, saudando a vitória do candidato do Grande Pólo Patriótico, tal como aconteceu em mais de uma centena de cidades e localidades do país.
Perante os manifestantes, Nicolás Maduro afirmou que, face ao golpe de Estado fascista promovido pelos Estados Unidos da América e a estrema-direita venezuelana, com o apoio de alguns governos, o que deve prevalecer no país é o respeito pela Constituição, a justiça, a democracia, o respeito entre os venezuelanos. A Venezuela tem leis e instituições para solucionar os seus problemas, sem a ingerência de nenhum país do mundo, incluindo para responder ao actual plano golpista e fazer prevalecer a paz, afirmou.
O presidente venezuelano assegurou que, com a mobilização popular, ficou demonstrado perante o país e o mundo onde está a razão, a verdade, a força e o poder, ou seja, no povo venezuelano que se mobilizou aos milhões, vincando que «é fundamental que o povo se fortaleça, mobilize e mantenha a união popular, militar, policial».
Referindo-se aos actos de violência fascista após a eleição, Nicolás Maduro afirmou que estes foram debelados em 48 horas e que as autoridades detiveram cerca de dois mil participantes e responsáveis por actos de vandalismo e terrorismo.
O presidente venezuelano lembrou ainda que na Venezuela, nos últimos 25 anos, as forças progressistas ganharam 29 das 31 votações realizadas e anunciou que em 2025 haverá eleições locais, regionais e legislativas.
CNE actualiza resultados das urnas
Com 96,87% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ratificou os resultados das eleições presidenciais de 28 de Julho, realizadas com a presença de centenas de observadores e acompanhantes internacionais. Nicolás Maduro triunfou com 51,95% (6408844 votos). Em segundo lugar ficou o candidato Edmundo González, que alcançou 43,18% (5326104 votos) e que não aceita os resultados das urnas.
O presidente venezuelano denunciou a campanha visando o não reconhecimento dos resultados eleitorais e o estimular da violência na Venezuela, considerando que o que aconteceu depois das eleições é um golpe de Estado dirigido pelos EUA – que tal como fez com o fantoche Juan Guaidó, em 2019, também agora reconheceu Edmundo González como pretenso presidente – e a extrema-direita fascista.
CNE entregou actas ao Tribunal Supremo de Justiça
Entretanto, o Presidente CNE, Elvis Amoroso, entregou ao Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) as actas dos escrutínios, da totalização definitiva, de adjudicação e de proclamação dos resultados eleitorais, assim como os elementos de prova do ataque informáticoao CNE, documentos que foram requeridos por este Tribunal.
Recorde-se que Edmundo González, foi o único candidato que não compareceu à convocatória do TSJ com vista ao inicio do processo de verificação do acto eleitoral.
O TSJ requereu aos representantes dos partidos e aos candidatos para apresentarem, entre 7 e 9 de Agosto, todos os elementos eleitorais que tenham em sua posse. O Grande Pólo Patriótico e o PSUV informaram estar prontos para entregar ao TSJ todas as actas do processo eleitoral de 28 de Julho que têm em sua posse.
Ataque informático ao CNE
A Vice-presidente Executiva da Venezuela, Delcy Rodriguez, informou que domínios de instituições do Estado, nomeadamente o CNE,foram e continuam a ser alvo de ataques informáticos que se iniciaram no dia das eleições, 28 de Julho, esclarecendo terem ocorrido 30 milhões de acessos por minuto, ou seja, 500 mil acessos por segundo, que bloquearam os serviços de Internet relativos a esses domínios.
Compromisso com a paz
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, reafirmou no dia 30 de Julho a lealdade e apoio incondicional ao presidente Nicolás Maduro e denunciou um plano de golpe de Estado promovido pela extrema-direita venezuelana.
Num comunicado emitido em Caracas, o alto comando militar rejeitou de maneira contundente as acções violentas promovidas na véspera pela extrema-direita em várias regiões do país, logo após a votação de 28 de Julho.
A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) reiterou «o seu irredutível compromisso com a paz» e advertiu que actuará com contundência, em perfeita união cívica, militar, policial, para preservar a ordem interna em todo o território venezuelano, sempre no quadro da Constituição e das leis e do respeito pelos direitos humanos.
Vladimir Padrino apelou aos venezuelanos a não caírem em provocações nem em manipulações que fomentem a violência e a intolerância. O general denunciou que o que ocorreu são expressões de ódio e irracionalidade que fazem parte de «um plano preconcebido por agrupamentos políticos que se sabiam derrotados» e que configura «uma tentativa de golpe de Estado mediático suportado nas redes sociais e apoiado pelo imperialismo norte-americano e seus aliados externos e internos».
O titular da pasta da Defesa expressou que «estamos em presença do fascismo na sua máxima expressão» e de uma estrutura internacional que está a investir centenas de milhões de dólares para desacreditar a extraordinária demonstração de civismo do povo venezuelano nas eleições.
Violência e destruição
O presidente Nicolás Maduro enumerou, no dia 2, numa conferência de imprensa, as perdas humanas e os prejuízos materiais causados pela violência instigada pela extrema-direita golpista. Foram atacadas 12 universidades, incluindo a Universidade Central da Venezuela; sete escolas de educação nacional; 21 escolas de educação primária; 34 liceus; seis centros de diagnóstico integral; um centro de saúde de alta tecnologia; 30 serviços ambulatórios; uma farmácia; seis centros de armazenamento de alimentos e supermercados dos Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP); uma rádio comunitária; 11 estações de Metro em Caracas; foram incendiados um comboio e 38 autocarros; danificaram 27 monumentos (incluindo estátuas de Simon Bolívar, de Hugo Chávez e de Coromoto); vandalizaram 10 sedes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV); atacaram a tiro e com bombas artesanais serviços públicos, quartéis e sedes do CNE; dispararam duas rajadas de metralhadora contra o Palácio de Miraflores; incendiaram diversas câmaras municipais; destruíram uma praça pública e a estação de Metro de El Valle; vandalizaram o jardim zoológico de Maracay; incendiaram veículos. Fizeram ameaças a cerca de cinco mil líderes populares. Foram assassinadas e atacadas pessoas; dois soldados da FANB foram mortos e muitos outros foram feridos, um general de brigada, um tenente-coronel, um primeiro-tenente, 21 outros militares e 120 funcionários da Polícia Nacional Bolivariana. Registaram-se ainda ataques informáticos ao CNE e a outros 25 domínios de instituições do Estado.
Mais de 40 países reconhecem resultados
As autoridades venezuelanas anunciaram que mais de 40 países já reconheceram os resultados eleitorais e a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais na Venezuela. Entre os quais estão: Cuba, Honduras, Bolívia, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda, Granada, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, Domínica, Argélia, Síria, China, Rússia, Irão, Bielorrússia, Burquina Fasso, Eritreia, Mali, Zimbabué, Namíbia, Madagáscar, Gabão, Angola, Moçambique, Nigéria, República do Congo, Indonésia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Vietname, Laos ou ainda a Palestina ou a República Árabe Sarauí Democrática.
Muitos partidos comunistas e outras forças revolucionárias e progressistas de diversos países, particularmente na América Latina e Caraíbas, enalteceram a participação popular nas eleições presidenciais venezuelanas e saudaram a eleição de Nicolás Maduro, candidato do Grande Pólo Patriótico.