Faltam médicos e condições no concelho de Loures
No dia 23 de Julho, uma delegação da CDU – composta por Gonçalo Caroço e Fernanda Santos, vereadores na Câmara Municipal de Loures, e Fátima Amaral, eleita na Assembleia Municipal de Loures – esteve reunida, a seu pedido, com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Loures Odivelas.
Desta forma, foi possível caracterizar a actual situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no concelho de Loures e a sua capacidade de resposta, a qual se tem caracterizado nos últimos anos como insuficiente, quer nos cuidados de saúde primários, quer nos cuidados hospitalares. Ainda segundo a CDU, persiste a falta de médicos e enfermeiros de família e a resposta dada a partir dos centros de saúde é incapaz de garantir o acesso aos cuidados que ali deveriam ser encontrados pelos utentes.
«Estas insuficiências são elas mesmo geradoras de pressão desnecessária nos cuidados de saúde hospitalares e dos serviços de urgência, levando a que estes, já de si deficitários em profissionais de saúde, tenham muito dificuldade em responder à crescente procura», salienta a CDU, que lamenta a continuação «da indefinição de um largo número de utentes sem médico de família que são empurrados para unidades de saúde fora do concelho e de difícil acesso dos quais se destacam os casos dos utentes de Camarate, distribuídos por três unidades de saúde do concelho de Lisboa e uma de Loures».
Entre os principais problemas, destaca-se o encerramento das urgências de pediatria à noite e fim de semana que passaram de provisório a definitivo; inexistência de um atendimento complementar ao fim de semana e feriados na zona Norte do concelho de Loures; inexistência de meios complementares de diagnóstico em centros de saúde que possibilitem dar resposta em alguns meios simples, como a radiografia e análises clínicas que permitam diminuir uma pressão desnecessária sobre os serviços de urgência do Hospital Beatriz Ângelo.
Alcobaça
De Alcobaça chegam relatos de ausência de resposta hospitalar, aos fins de semana, nas maternidades das Caldas da Rainha e de Leiria e nos centros de saúde no concelho. A CDU dá ainda conta de «graves problemas» nos edifícios dos centros de saúde de Alcobaça, Aljubarrota, Bárrio, Cela e Évora. Já o Centro de Saúde de São Martinho do Porto «não tem médico de família há vários anos e o funcionamento provisório assenta no atendimento feito por uma só médica em alguns dias da semana, numa terra de turismo, em que a população cresce exponencialmente em Julho e Agosto».
Estuário do Tejo
Na sexta-feira, 26, organizações de utentes do SNS do Estuário do Tejo (concelhos de Vila Franca de Xira (VFX), Benavente, Alenquer e Azambuja) entregaram ao Governo um abaixo-assinado a reivindicar mais médicos e melhores condições para os serviços de saúde da região. A petição subscrita por mais de 6100 pessoas reivindica, entre outras medidas, mais médicos e enfermeiros de família para toda a população da área e que não haja fecho nas urgências de Obstetrícia.
Médio Tejo
Numa acção frente ao Hospital de Abrantes, dia 25 de Julho, a Comissão dos Serviços Públicos de Abrantes e a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo alertaram para a «grande assimetria» na prestação de cuidados de saúde no território de Abrantes, onde faltam recursos humanos, nomeadamente médicos. Os utentes também reivindicam o funcionamento permanente da Maternidade e recusam o recurso a serviços privados.