Combate político e social ao Orçamento do PSD/CDS
O PCP prometeu um «combate aguerrido» à proposta de Orçamento do Estado para 2025, uma vez que assenta na matriz do programa do Governo. Isso mesmo foi anunciado por Paulo Raimundo no dia 19, na residência oficial do primeiro-ministro.
O PCP não tem qualquer expectativa sobre o Orçamento do Estado
«A expectativa já não era muita e o Governo, com frontalidade, disse-nos que os pressupostos eram o programa do Governo, as amarras da União Europeia e o valor da dívida que decorre do Plano de Recuperação e Resiliência, como quem diz ‘o que fizemos até agora é para continuar e acentuar’. Pronto, facilitou-nos a vida desse ponto de vista», referiu o Secretário-Geral do PCP, anunciando, desde já, o voto contrário do Partido à proposta de Orçamento do Estado.
Paulo Raimundo falava aos jornalistas após o encontro com membros do Governo, inserido na ronda de reuniões com os partidos com assento parlamentar para apresentação da proposta de Orçamento do Estado. A acompanhá-lo estiveram Paula Santos e Vasco Cardoso, da Comissão Política, e Bruno Dias, do Comité Central.
O dirigente comunista realçou que os ministros presentes apresentaram os pressupostos que nortearão a proposta de OE, muito distantes dos do PCP, pelo que não tem qualquer expectativa acerca daquilo que o Governo apresentará a 10 de Outubro. Resumindo, garantiu que o Governo tem como objectivo, «rapidamente e em força, acumular mais riqueza nos grupos económicos».
O PCP, reiterando na reunião a necessidade de um aumento geral e significativo dos salários e das pensões, de respostas no acesso à habitação e à saúde, do reforço dos apoios às micro, pequenas e médias empresas – e não «àquelas que, por opção do Governo, parece que se quer voltar a apoiar, nomeadamente os grandes grupos económicos».
Frontalidade e clareza do PCP
Sobre o facto de a reunião com o PCP ter sido a mais curta de todas as que o Governo promoveu, o dirigente comunista salientou: «Não valia a pena estarmos a perder tempo no sentido de troca de argumento sobre pressupostos completamente diferentes», referiu, após uma reunião de cerca de 30 minutos. Paulo Raimundo acrescentou que aquelas reuniões têm como objectivo político «capturar quem se deixar capturar para este processo», o que não sucederá com o PCP.
Quanto ao resultado da votação da proposta de Orçamento do Estado, Paulo Raimundo afirmou que perante os pressupostos adiantados pelo Governo, «cada um tomará a sua decisão. Da nossa parte, está claro».