Biden abandona candidatura à Presidência
O presidente dos EUA, Joseph Biden, anunciou no domingo, 21, que abandona a candidatura à Presidência dos EUA e que apoiaa nomeação de Kamala Harris, actual Vice-Presidente, como candidata presidencial pelo Partido Democrata. Entretanto, Kamala Harris já confirmou a sua intenção de se apresentar à nomeação na Convenção Nacional Democrata, que se realizará em Chicago, Illinois, de 19 a 22 de Agosto.
Sobretudo desde o seu fraco desempenho no debate televisivo com o candidato republicano, Donald Trump, em finais de Junho, e de algumas gafes em público, Joseph Biden, de 81 anos, estava a ser pressionado, desde o interior do seu próprio partido, pelos denominados «dadores» e na comunicação social, a desistir da recandidatura.
A maior parte das sondagens publicadas pelos meios norte-americanos apontava para uma vitória eleitoral de Trump sobre Biden.
No entanto, fica por explicar porque razão, ao longo de tantos e tantos meses, a incapacidade de Biden para ser candidato foi sistematicamente encoberta e negada pela administração norte-americana – nomeadamente quando directamente questionada e confrontada com evidências –, contando com apoio de órgãos de comunicação social, mentindo assim ao povo norte-americano.
Quem é que efectivamente manda?
Um dos argumentos que têm vindo a ser utilizados para lançar a nomeação de Kamala Harris é a possibilidade de esta vir a aceder aos muitos milhões de dólares angariados para a candidatura de Biden. Segundo notícias vindas a público na segunda-feira, Kamala Harris terá já assegurado a angariação de 81 milhões de dólares, na sua maior parte oriundos dos ditos «grandes doadores», ou seja, das corporações e transnacionais.
Poucos questionaram, porém, que «democracia» é esta, em que os candidatos são escolhidos em função dos ditos «doadores», ou seja, pelo grande capital, que não só financia os candidatos que representem os seus interesses, como domina os meios de comunicação social que os promovem?
Aliás, uma realidade que sucede a todos os níveis – no congresso, no senado, nos governadores estaduais, etc. – e não apenas com os candidatos à presidência dos EUA.
Oligarquia talvez seja, por isso, um termo mais conforme com a realidade.