Cimeira na Suíça redunda em fracasso

Face aos objectivos anteriormente proclamados, constituiu um fracasso o encontro sobre a guerra na Ucrânia, organizado pelas autoridades suíças e com o patrocínio dos EUA e seus aliados, e que foi realizado nos dias 15 e 16, numa estância turística do país alpino.

Vários países presentes recusaram-se a assinar o comunicado final

Contribuíram para o anunciado fiasco o não convite à Rússia, a ausência da grande maioria dos países membros da ONU, o nível modesto de representação de diversas delegações presentes e a recusa de vários países em subscrever a declaração final de uma cimeira dita de paz, mas que efectivamente visou promover o prolongamento da guerra.

Representantes de vários países, incluindo alguns integrantes do grupo BRICS+, que assistiram ao encontro na Suíça sobre a guerra na Ucrânia recusaram-se a assinar o comunicado conjunto. Segundo os anfitriões suíços, dos 92 países presentes (além de diversas organizações), 77 apoiaram o documento final. Entre os países presentes que se negaram a subscrever o texto figuram a Arábia Saudita, o Brasil, a Índia, a Indonésia, o México ou a África do Sul.

As autoridades russas, que não foram convidadas a estarem presentes, consideram absolutamente ilógico e inútil procurar soluções para resolver o conflito que se trava na Ucrânia sem a participação de uma das partes, a russa. A China, que não participou, justificou a ausência salientando que uma conferência internacional de paz deveria ser apoiada tanto pela Rússia como pela Ucrânia, com a participação igual de todas as partes, e que todas as propostas de paz deveriam ser discutidas de forma justa e igualitária.

Um dos chefes de Estado que cancelou a sua participação no encontro na Suíça foi Gustavo Petro, da Colômbia. Explicou que a cimeira da paz estava «alinhada com a guerra» e que as suas conclusões foram «prédeterminadas». Petro vincou que a maior parte da América Latina e o governo da Colômbia «não estão de acordo em prolongar a guerra». Para ele, «o diálogo entre a Rússia e Kiev é fundamental».

Mais: é de grande importância estabelecer «uma zona de segurança sem armas nucleares que separe fisicamente a NATO da Rússia, que permita a segurança permanente dos países ex-soviéticos e da Europa do Leste, o respeito absoluto dos povos russos e ucranianos no interior da Ucrânia e da Rússia», assim como «a prudência da União Europeia na sua expansão, para não desencadear a guerra».

G7 reafirmou apoio à Ucrânia e a Israel
Realizou-se de 13 a 15, em Itália, uma cimeira do Grupo dos Sete (G7) que, como era previsível, decidiu continuar a apoiar a continuação da guerra na Ucrânia e o genocídio que Israel está a cometer na Faixa de Gaza. A declaração final foi assinada pelos chefes de Estado e de governo das potências «ocidentais» – EUA, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Alemanha –, integrantes do G7.

No final, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, anfitriã da reunião, fez alusão ao financiamento a Kiev com os juros gerados pelos activos russos «congelados» em países europeus, algo que, afirmou, «será definido do ponto de vista técnico nas próximas semanas».

Sobre a agressão de Israel à Palestina, o G7 reiterou o apoio a Telavive, embrulhado nas habituais – e hipócritas – palavras de circunstância acerca do cumprimento das obrigações jurídicas, ao mesmo tempo que são norte-americanas, britânicas e de outras proveniências no âmbito do G7 as armas que continuam a matar na Faixa de Gaza.

 



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