Lista infame é pretexto para bloquear Cuba, reafirmam Não Alinhados e G77 + China

 

O Movimento dos Países Não Alinhados (MPNA) e o Grupo dos 77 (G77) e China exigiram numa declaração conjunta a retirada de Cuba da infame e arbitrária lista norte-americana de países que supostamente «patrocinam o terrorismo». Ambos os fóruns multilaterais qualificaram a referida inclusão como uma acusação injusta e infundada que serve de pretexto para impor medidas coercivas unilaterais adicionais contra Cuba, fortalecendo a níveis sem precedentes o bloqueio económico, comercial e financeiro contra o povo cubano.

O comunicado do Comité de Coordenação Conjunta MPNA-G77 e China, divulgado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, insta o governo dos EUA a pôr fim a esse cerco que dura há mais de seis décadas e constitui o maior impedimento ao pleno desenvolvimento do país caribenho. Nesse sentido, apelaram a Washington que cumpra as 31 resoluções adoptadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio contra Cuba.

A declaração reitera a firme rejeição à imposição de leis e regulamentos com impacto extraterritorial, bem como a todas e demais formas de medidas coercivas, incluindo as sanções unilaterais contra países em vias de desenvolvimento, e insiste na imperiosa necessidade de eliminá-las.

Em finais de Maio, o Departamento de Estado norte-americano confirmou a retirada de Cuba da lista dos países que, segundo os EUA, «não cooperam plenamente» na luta contra o terrorismo. Contudo, tanto os países em geral, como o governo cubano consideram insuficiente a disposição, já que os mesmos EUA mantêm Cubana lista de países «patrocinadores do terrorismo», a qual implica sérias limitações às trocas económicas, financeiras e comerciais de Cuba.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, reafirmou que eliminar o seu país da lista de «patrocinadores do terrorismo» seria mais correcto e coerente. «Os EUA deveriam fazer o correcto e coerente com essa posição: tirar Cuba da lista arbitrária do Departamento de Estado e pôr termo às medidas coercivas que o acompanham», considerou o dirigente cubano.

Por sua parte, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, assegurou que a administração norte-americana «deveria cessar toda a manipulação política do tema e pôr fim à nossa arbitrária e injusta inclusão na lista de países patrocinadores do terrorismo».

Cuba foi incluída pela primeira vez na famigerada lista de ditos países «patrocinadores do terrorismo» do Departamento de Estado norte-americano durante a administração do presidente Ronald Regan, em 1982. Em 2015, o então presidente Barack Obama considerou que essa designação não fazia sentido no caso de Cuba e retirou-a da lista. Quatro anos depois, Donald Trump voltou a incluir Cuba na lista poucos dias antes de sair da Casa Branca, situação que o governo do presidente Joe Biden mantém, apesar das inúmeras exigências para que rectifique essa postura.

As organizações MPNA e G77 e China são integradas, cada uma delas, por mais de 120 países e procuram articular as suas políticas de desenvolvimento e reforço da independência e soberania.

 



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