Guerra genocida de Israel já provocou 120 mil mortos e feridos palestinianos

O governo de Israel ignora as resoluções da ONU e despreza os apelos de todo o mundo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e nos outros territórios ocupados da Palestina, prosseguindo a guerra genocida contra os palestinianos e intensificando a política de colonização.

População de Rafah passou em seis semanas de 1,4 milhões para 65 mil habitantes

As autoridades palestinianas registaram mais mortos e feridos entre a população provocados por ataques israelitas por toda a Faixa de Gaza, que está sob fogo das forças ocupantes há mais de oito meses.

Duas pessoas perderam a vida e 13 ficaram feridas num bombardeamento aéreo contra o bairro de Zarqa, na cidade de Gaza; outras três faleceram numa situação similar ocorrida no bairro de Sheikh Radwan; drones israelitas dispararam na zona de Al-Hakar, na urbe de Deir Al-Balah; foram registadas violentas explosões no campo de refugiados de Nuseirat; equipas da Defesa Civil recuperaram dois cadáveres no bairro de Tal Al-Sultan, um dos mais castigados pelos ataques do exército israelita contra a cidade de Rafah, fronteiriça com o Egipto, que albergava mais de um milhão de deslocados de outras zonas do território.

Estes factos comprovam que o governo israelita, seguro do apoio que lhe concedem os EUA e aliados, prossegue a sua guerra genocida contra a população palestiniana, desprezando as manifestações pela paz no seu próprio país e um pouco por todo o mundo e ignorando as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e as decisões de órgãos, como o Tribunal Internacional de Justiça, que exigem um cessar-fogo imediato e permanente.

Desde Outubro do ano passado, início do novo ciclo de violência, mais de 37 mil palestinianos foram mortos e 85 mil ficaram feridos na Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, na Cisjordânia, 548 palestinianos foram mortos, 5200 foram feridos e 9300 foram detidos.

Em risco três mil crianças desnutridas
Os ataques militares israelita na Faixa de Gaza e o bloqueio à entrada de ajuda humanitária empurram as crianças palestinianas para uma crise nutricional, advertiu um alto funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Falando em Nova Iorque, depois da terceira visita à Faixa de Gaza desde Outubro de 2023, o porta-voz daquela agência da ONU alertou para um impacto da guerra ainda maior nas crianças cercadas na Faixa de Gaza. «Enquanto tentamos entregar ajuda e as crianças procuram estar em segurança, os bombardeamentos continuam», denunciou.

De acordo com o alto funcionário, os camiões com envios humanitários em Maio foram metade dos de Abril, permanecendo abertas apenas uma parte das rotas terrestres para a chegada de alimentos e outros bens de primeira necessidade.

A UNICEF calcula que quase três mil crianças desnutridas correm o risco de morrer perante o olhar das suas famílias na Faixa de Gaza, enquanto aumenta o risco de normalizar a situação dos menores amontoados com familiares em acampamentos, depois de se deslocarem numerosas vezes de lugar em lugar.

O porta-voz assegurou que a destruição de instalações de saúde, incluindo centros especializados fundamentais para evitar a desnutrição, obstaculizou gravemente os esforços para encarar a fome severa entre as crianças num contexto de constantes bombardeamentos e ataques.

O alto funcionário da UNICEF enfatizou a necessidade urgente de um cessar-fogo para enfrentar a crise humanitária, libertar os presos e permitir a entrega de ajuda, educação e atenção médica aos palestinianos.

Rafah: de 1,4 milhões para 65 mil habitantes
A agência da ONU encarregada da ajuda aos refugiados palestinianos denunciou em Ramala que 193 dos seus funcionários foram assassinados na Faixa de Gaza desde o início da agressão israelita.

«Gaza é o lugar mais perigoso do mundo para os trabalhadores humanitários», destacou nas redes sociais o Organismo de Obras Públicas e Socorro das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA). A instituição ressaltou que se trata do número mais alto de mortes na história das Nações Unidas. «Apesar disso, os nossos colegas continuam a trabalhar para apoiar as famílias e oferecer ajuda no meio da terrível crise humanitária», assinalou.

A UNRWA estima que apenas permanecem 65 mil palestinianos na cidade de Rafah, alvo de ataques israelitas desde começos de Maio. Há seis semanas, a população era de 1,4 milhões, indicou a agência, renovando o seu apelo a um cessar-fogo imediato para enfrentar a crise humanitária neste território palestiniano. «Desde que começou a guerra, as famílias de Gaza viram-se obrigadas a fugir uma e outra vez. Continuam à procura de segurança onde não há segurança», lamentou.

O comissário geral da UNRWA denunciou a grave situação das crianças na Faixa de Gaza, após oito meses de bombardeamentos israelitas. «Os menores sofrem primeiro e sofrem mais nos conflitos e nas guerras, em Gaza não é diferente», afirmou.

9300 palestinianos nas prisões de Israel
Mais de 9300 palestinianos, incluindo 75 mulheres e 240 menores de idade, encontram-se encarcerados em prisões israelitas.

A Associação de Prisioneiros Palestinianos destacou num comunicado que esses números não incluem os milhares de cidadãos detidos na Faixa de Gaza e enviados para centros especiais, onde sofrem torturas e vexames.

O organismo, que se baseia em informações publicadas pela imprensa, revelou que pelo menos 36 palestinianos detidos neste território morreram quando se encontravam presos à mercê das autoridades israelitas.

Recentemente, o presidente do Conselho Legislativo Palestiniano, Abdel Aziz Dweik, de 75 anos, denunciou as torturas a que foi submetido nos cárceres israelitas, durante oito meses de detenção.

Organização israelita critica colonização da Cisjordânia
A organização não-governamental israelita «Paz Agora» criticou a política de colonização impulsionada pelo governo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na Cisjordânia. «Em vez de salvaguardar a segurança e os interesses políticos em Israel, o nosso governo criminoso está a ouvir facções extremistas dos colonos», afirma a organização, fundada em 1978 por ex-militares que defendiam um acordo com os palestinianos.

«O que menos precisamos são mais colonatos ilegais que implicarão encargos para a segurança e vão afastar-nos ainda mais de uma solução política urgente», enfatizou. Dados oficiais indicam que mais de 250 mil colonos israelitas vivem na zona ocupada de Jerusalém Oriental e outros 500 mil no resto da Cisjordânia.

 

 



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