Protesto contra associação da CML ao Estado de Israel
Na segunda-feira, PSD, CDS e PS votaram contra um voto de protesto apresentado pelos vereadores do PCP na Câmara Municipal de Lisboa (CML) contra a realização, ontem, no Cinema São Jorge, de uma iniciativa organizada pela Embaixada de Israel.
Israel desrespeita impune e flagrantemente o direito internacional
A acção ocorre no momento em que as autoridades israelitas «não só incrementam a ocupação e colonização de territórios palestinianos, como levam a cabo uma política genocida contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza», recordam os comunistas no voto de protesto, onde repudiam a associação da CML ou de qualquer entidade sob sua responsabilidade a iniciativas organizadas pela Embaixada de Israel.
Neste documento, não são esquecidos os «bombardeamentos e os ataques das forças israelitas» que «provocaram dezenas de milhares de mortos e feridos entre a população palestiniana, muitas das quais crianças», a «destruição de inúmeras infra-estruturas essenciais, como hospitais, habitações, de fornecimento de água e de energia», bem como o «desumano bloqueio» de Israel «à população palestiniana na Faixa de Gaza, impedindo e condicionando a necessária e urgente ajuda humanitária, nomeadamente água, alimentos, medicamentos, combustíveis».
Defender a paz
Também o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) protestou contra a cedência do Cinema São Jorge (tutelado pela empresa municipal EGEAC) para uma actividade promovida pela embaixada de Israel. Já a Fenprof dirigiu aos reitores das universidades e presidentes dos institutos politécnicos uma carta aberta em que apela a «um embargo urgente às relações das instituições por [eles] tuteladas com firmas e instituições israelitas, bem como à implementação de programas de apoio a académicos palestinianos que cheguem a Portugal na condição de refugiados».
Amanhã, o CPPC promove em Coimbra um Concerto pela Paz, às 21h30, com entrada gratuita, na sala D. Afonso Henriques, do Convento São Francisco, com o apoio do municipio e do Sindicato dos Professores da Região Centro.
PCP quer ouvir ministro
O PCP solicitou a audição do ministro dos Negócios Estrangeiros na Assembleia da República para que possa explicar aos deputados a posição do Governo face aos acontecimentos no Médio Oriente. No requerimento, o PCP manifesta a maior preocupação com a ofensiva militar em Rafah, onde só nos dias anteriores a «aviação israelita lançou mais de 50 ataques contra diversos lugares de Rafah, onde estão refugiados 1,5 milhões de habitantes do território».
Em perspectiva pode estar um massacre que «configura um crime de enormes dimensões», alerta o PCP, lembrando a situação de grande fragilidade em que se encontram o povo palestiniano naquele território, «exausto, com fome, exposto a uma situação em que não tem saídas que lhes garantam segurança».
Dias antes da iniciativa comunista, o ministro Paulo Rangel rejeitou estar-se perante um genocídio na Faixa de Gaza.