Portugal longe de atingir metas da reciclagem
No Dia Internacional da Reciclagem, o Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) defendeu que devem ser reassumidas campanhas de sensibilização aos cidadãos para a necessidade de uma correcta triagem de resíduos e para a sua devida deposição, com vista a aumentar os níveis de reciclagem.
«Sem estas apostas, Portugal não vai conseguir alcançar as metas traçadas, o que constituirá uma irresponsabilidade incompreensível e inaceitável. Já não temos muitas oportunidades para trabalharmos no sentido de atingir um melhor desempenho no sector dos resíduos», considera o PEV em nota de imprensa.
Os ecologistas acusam os sucessivos governos de não terem sido «sensíveis a uma estratégia eficaz de redução de resíduos», e o anterior Governo de até ter revertido, por cedência ao sector da distribuição, o diploma aprovado por iniciativa de «Os Verdes» relativo à proibição de sacos de plástico ultra-leves nos pontos de venda de fruta, legumes e pão.
Evidências
Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a larga maioria dos resíduos ainda recai na recolha indiferenciada e apenas 21 por cento são direccionados para reciclagem.
Dos resíduos recolhidos para reciclagem, apenas 22 por cento correspondem a plástico, o que é manifestamente pouco, tendo em conta que temos uma meta a cumprir até 2025 que determina a reciclagem de 50 por cento do plástico produzido.
Também o vidro e o papel têm níveis de reciclagem que estão bastante longe das metas definidas. Com uma recolha correspondente a 55 e 47 por cento respetivamente, as metas para 2025 são de 70 por cento para o vidro e 75 por cento para o papel e cartão.
Em suma, recicla-se em Portugal pouco mais de 20 por cento dos resíduos, quando a meta para 2025 é a de reciclagem de 65 por cento, em peso, dos resíduos de embalagens.