Esmagamento do rendimentos dos pescadores

Dados da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos relativos a 2023 confirmam o esmagamento crescente dos rendimentos dos pescadores, feitos por aqueles que monopolizam e cartelizam a grande distribuição.

Portugal é o terceiro maior consumidor de pescado do mundo

«O preço pago ao produtor desce enquanto o preço pago pelo consumidor sobe», constata a Comissão Nacional de Pescas do PCP, em nota de 22 de Abril.

No peixe, crustáceos ou moluscos o índice de preço ao consumidor passou, em 2022, de 121,3 por cento para 126,4 por cento (variação de 4,2 por cento). Há dois anos, o preço médio pago na primeira venda em lota era de 2,65 euros, enquanto que no ano passado foi de 2,48 euros (menos 6,4 por cento). Estes valores, «expropriados» aos profissionais da pesca, «contrastam» com os preços que o consumidor encontra nas grandes superfícies, asseguram os comunistas. «Se multiplicarmos o total da pesca descarregada pelo preço médio, veremos que o resultado da primeira venda [em lota] cresceu apenas 2,6 por cento, menos que a taxa de inflação, que o aumento do custo de vida e que os custos de produção. Ou seja, «o sector [da pesca] perde rendimento» para as grandes superfícies, que monopolizam e cartelizam a distribuição alimentar, acusa o PCP.

Frota pesqueira

«Muito negativo» é também a «contínua redução da frota nacional», essencialmente «na pequena pesca costeira» que «atinge todos os sectores». Entre 2022 e 2023 o número de embarcações desceu de 7616, em 2022, para 6859, em 2023 (menos 9,9 por cento). Segundo a Comissão Nacional de Pescas do Partido, essa diminuição «acontece não apenas no número de embarcações, com uma redução a rondar os 10 por cento, mas igualmente na arqueação bruta e na potência instalada, o que é sinal inequívoco da falta de investimento na modernização do sector».

É «preciso inverter» o actual caminho, valorizando «a pesca e os seus profissionais», impedindo «o sistemático abuso do monopólio da grande distribuição» e tornando «a profissão atractiva e capaz de gerar os rendimentos justos a quem a exerce», defende o PCP.

 

 



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